CronistasZeferino Boal

A diáspora angolana em Lisboa

O título deste sucinto artigo a muitos causará incómodo e talvez a outros não, mas fará sentido, definir a comunidade angolana em Portugal, como diáspora. Atravessamos um período no qual a compreensão e a tolerância devem ser pilares da vida, no entanto assumamos que existe uma única diáspora com diferentes sensibilidades e aos poucos anos de paz em Angola ainda há acrescentar a “somar” gerações que durante um longo período permaneceram em conflito; mas a vivência em especial após 2017, apesar dos enormes condicionalismos sociais e económicos, impele-nos a ser resilientes na mudança de paradigma.

No prisma em que analisamos as circunstâncias podemos afirmar que os cidadãos angolanos em Portugal, na sua polaridade de sensibilidades, na sua maioria vive em condições estáveis e em segurança equilibrada com algum bem-estar que a generalidade do povo em Angola não possui.

Assumamos que as mudanças iniciadas em 2017 e muito por concretizar em 2020, agravadas com a pandemia instalada, potenciam criar consequências difíceis de ultrapassar.

Infelizmente, custa a acreditar que volvidos estes meses, existam cidadãos na diáspora que analisam os acontecimentos à luz do período da guerra civil. Entendemos que os membros na diáspora podem e devem contribuir para a promoção do diálogo dos apaniguados e líderes partidários, tal como João Lourenço procura transmitir; bem como os cidadãos na diáspora têm a obrigação de incentivar a cooperação e a solidariedade no seio da comunidade.

Sabemos de antemão que independentemente da nossa militância partidária, não é tempo de reacender pesadelos sociais, mas lamentamos que alguns “incautos” responsáveis da diplomacia angolana em Portugal há muito venham a prestar um mau serviço à comunidade de uma forma genérica.

Acreditamos que o Presidente João Lourenço tem a sensatez e a lucidez de prosseguir o caminho tranquilo fazendo jus à fé nele depositada em 2017.

Lamentavelmente, que num período de grande pandemia, ao longo destes meses tenhamos constatado que os nossos concidadãos que foram habituados a recorrer aos representantes de Angola em Portugal, não tenham tido o conforto desejável, desde Março.

Referimo-nos em especial aos doentes e aos outros que sobrevivem precariamente. Mas, sempre que é necessário reagrupar “tropas” para embelezamento das festividades aqueles mesmos responsáveis sabem mobilizar e colocar meios ao serviço das pessoas.

Temos militância partidária, mas antes de defendermos a bandeira partidária há que olhar para o lado humano de cada concidadão. Adivinham-se tempos ainda mais difíceis para com os angolanos em Portugal, deixamos aqui o apelo para que todos saibamos ecoar as vozes e gestos de unidade e de solidariedade, abençoados pela água do Bengo.

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