DestaquesPolítica

Adalberto Costa Júnior acusa MPLA de promover a violência

Na abertura da II Reunião Ordinária da Comissão Política da UNITA, o presidente do partido, Adalberto Costa Júnior, acusou o MPLA de estar “desesperadamente à procura de um catalisador de unidade interna”, indicando que “esse catalisador é a promoção da violência”.

No encontro que reúne a comissão política da UNITA, o mais importante órgão deliberativo do partido, Adalberto Costa Júnior começou por assinalar que denunciava “o perverso agitar de fantasmas, para restringir as liberdades, para criarem medo às populações e restringirem a sua capacidade de optar”, e que “Angola está a regredir”.

“Digamos basta a esta desformatação”, acrescentou. “Deixemos os tempos do trungungu, da sociedade policiada, que todos os dias vemos renascer. Não são estes os caminhos que nos levarão ao desenvolvimento”, reforçou o líder do maior partido da oposição.

“Nós somos pela paz, dizemos não à violência. Dizemos sim ao estado democrático e de direito”, declarou Adalberto Costa Júnior perante os cerca de 80 elementos do partido que participam fisicamente nesta reunião, enquanto os restantes o fazem por vídeo-conferência.

O ataque do líder do Galo Negro foi apontado ao discurso do presidente do MPLA, e também Presidente da República, João Lourenço, que na abertura do IV sessão ordinária do Comité Central criticou duramente o envolvimento “reprovável” da UNITA e dos seus dirigentes, incluindo deputados à Assembleia Nacional, “devidamente identificados” na manifestação do passado sábado, 24, fortemente reprimida pela polícia e da qual resultaram 103 detidos.

“O MPLA tem medo do povo que vai demonstrando saber ler a situação do País e posicionar-se em defesa dos seus interesses”, declarou o presidente da UNITA, para depois perguntar:

“Porque será que decorridos todos estes anos de paz, não se construíram as bases de uma Nação, Pátria-mãe de todos nós? Porque será que 18 anos depois da Paz ainda ouvimos o mais alto magistrado no papel de presidente do seu Partido, dirigir um discurso de exclusão, de inimizade, um discurso não construtivo?”

Para Adalberto Costa Júnior, o discurso de João Lourenço indica “uma grande impreparação para lidar com uma oposição que lhe diga que as leis não são para ser geradas por conveniência e muito menos para limitar direitos constitucionalmente garantidos”.

Também o papel da comunicação social esteve presente no discurso do líder do “Galo Negro”, que afirmou que o presidente do MPLA “não gosta de ouvir dizer que está a fazer uso e abuso da comunicação social pública e daquela que por consequência das anexações passou a ser gerida por gestor público nomeado”.

“Hoje não há qualquer respeito pela pluralidade, pelo contraditório, sendo que batemos no fundo da violação de tudo o que é ético e deontológico na comunicação, que se tornou uma completa instrumentalidade do regime. São uma vergonha os conteúdos informativos das televisões, da RNA, pagos com o dinheiro de todos nós, contribuintes”, acusou o político.

Deixe o seu comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Botão Voltar ao Topo

Discover more from Vivências Press News

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading