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Afetos e Pragmatismo Presidencial: Portugal e Angola

Hoje, o Presidente de Angola, João Lourenço comemora os seus 65 anos e convidou, para a sua festa um amigo, o Presidente da República de Portugal. Nada é ao acaso em politica e com este gesto simples de humildade, ambos dão um exemplo aos cidadãos dois países, quer tenham uma única nacionalidade ou a dupla-nacionalidade, como dizia demonstram o muito que há a fazer nas relações entre países e nações. Os afetos podem e devem existir com pragmatismo.

Este ato faz-me recordar o ano 1997; em que pontualmente cruzei-me com o agora Presidente de Angola nos encontros de amigos, promovidos pelo agora Procurador-Geral da República, General Helder Pitagroz. Já nessa época o pensamento previa o Estadista que Angola deveria usufruir um dia.

Assumo ter sido dos primeiros publicamente afirmar que a eleição do novo Presidente corresponderia a uma viragem na História de Angola livre e independente.

Um Estadista é aquele que acolhe a arte de governar, corrigindo erros e anomalias da História procurando olhar sempre o futuro como meta no serviço público atingindo as melhores condições de vida para os seus concidadãos.

Como tal, não estou surpreendido com a relação existente entre os afetos e o pragmatismo dos dois presidentes, que têm de estar unidos para destruir os interesses instalados que de quando, em vez procuram criar “fake news” a partir de ocorrências do mundo quotidiano.

Acreditamos que estas visitas de Estado nos próximos anos ocorrerão com maior frequência, porque o motor e a dinâmica diplomática no âmbito da CPLP e não só têm que passar muito pela estratégia coincidente e desenvolvimento económico entre o triângulo Angola, Brasil e Portugal. Sou dos que tenho fé que surja uma década de crescimento económico simultâneo entre estes países de expressão oficial em língua portuguesa, algo que nunca aconteceu desde 1974.

Por que razão é importante um crescimento simultâneo nestes países? Só assim se contribui para evitar o fluxo de populações à procura de melhor qualidade de vida e neste caso, infelizmente, alguns são induzidos a cometer atos ilícitos, daí advindo sanções e mediatismo de anomalias.

As relações entre os dois povos: Angola e Portugal estarão indubitavelmente ligados. Se neste período são assinados acordos programáticos de intenções para trabalho conjunto em diferentes áreas, há que alterar programas de educação para que as novas gerações estudem a cultura e história dos respetivos países. Devemos fazer um esforço no reconhecimento de aptidões profissionais e sociais e não apenas circunscrever os acordos a aspetos mensuráveis.

Os valores espirituais e de afinidade têm que ser trabalhados pelo respeito da livre cidadania. Não há que ter tabus na abordagem aos assuntos e conflitos que sempre irão surgir, mas devemos importar o bom exemplo de Mandela na África do Sul, e não sejamos nós os julgadores da História que em determinado momento exigiu uma arte de governar em condições diferentes ao presente.

Hoje, a transparência e o grau de acesso à informação por parte dos cidadãos é enorme e sendo assim, olhemos para o futuro corrigindo o que está mal e melhorar o que está bem.

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