Ambiente

Agência Internacional de Energia Atómica divulga estudo sobre os efeitos do plástico na vida marinha animal

A Agência Internacional de Energia Atómica, AIEA, lançou um alerta sobre a quantidade de microplásticos nos oceanos. O problema afecta animais marinhos, ecossistemas inteiros e os próprios seres humanos.

As partículas mínimas de plástico podem ser facilmente ingeridas e penetrar órgãos do corpo. O risco de contaminação química e de teor tóxico é uma das preocupações dos especialistas. Por isso, um grupo de cientistas da AIEA realizou um estudo sobre o efeito dos micro e nanoplásticos, considerados partículas minúsculas e quase invisíveis a olho nu e até mesmo em aparelhos.  

A análise foi publicada na revista especializada Ciência, Tecnologia & Ambiente revelando que um terço das partículas de plástico avaliadas afectava directamente as funções do peixe – o comportamento, o metabolismo e as funções neurológicas.

Esta monitorização é fundamental para compreender o efeito da poluição de plástico na vida marinha animal e nos seres humanos que ingerem produtos do mar.

A AIEA tem um laboratório radioecológico dedicado à pesquisa marinha no Mónaco. Uma das propostas é investir em materiais ambientalmente mais apropriados como o plástico biodegradável que envolve técnicas isotópicas desenvolvidas pela AIEA. 

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, todos os anos são deitadas ao mar 8 milhões de toneladas de plástico. A este ritmo, em 2050 os mares terão mais plástico que peixe. 

Sacos de plástico

A poluição ambiental ocorre com restos de redes de pesca, sacos plásticos e outros dejectos. As nanopartículas, por exemplo, são considerados perigosas e tóxicas por causa da dificuldade de serem identificadas. Assim, podem facilmente ser absorvidas pelo aparelho digestivo e daí chegar aos tecidos e órgãos. 

Consequentemente, tais particular também podem interferir com vários processos psicológicos que vão da neurotransmissão ao stresse e aos níveis de imunidade de organismos marinhos de água doce. 

Apesar do problema estar em evidência há mais de 10 anos, os métodos de monitorização dos microplásticos ainda estão em fase de desenvolvimento, e as técnicas nucleares podem ajudar a avançar nessa investigação por causa da sua precisão. 

Para a AIEA, também é importante diferenciar a toxicologia associada às partículas plásticas dos efeitos de contaminação dos plásticos deitados ao oceano. 

A pesquisa sobre os efeitos destes microplásticos na água doce e nos peixes ainda é limitada, razão por que a agência vai continuar a investigação.

Fonte: ONU News

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