DestaquesMundo

Ala militar da Renamo ignora actual líder e elege Mariano Nhongo como presidente do partido

Mariano Nhongo, tenente-general do braço armado da Resistência Nacional Moçambicana ( Renamo), é o fundador da autoproclamada junta militar e era candidato único, tendo sido eleito no último dia do conselho nacional extraordinário, convocado pelos militares, que terminou hoje no interior das matas da Gorongosa, disse o porta-voz do grupo, João Machava, em conferência de imprensa no final do encontro.

O grupo, que se descreve como uma estrutura militar da Renamo “entrincheirada nas matas” com 11 unidades militares provinciais , considera que o acordo de paz assinado entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o presidente da Renamo, Ossufo Momade, é nulo, na medida em que, segundo o grupo, Ossufo Mamade não representa a ala militar do partido.

De acordo com o porta-voz da Junta Militar, o novo presidente do grupo vai contactar o Governo moçambicano para uma nova negociação, ameaçando com acções militares se o Executivo moçambicano rejeitar renegociar com a estrutura para liderar as decisões do processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR).

“Queremos a intervenção de Portugal, Rwanda e a Cruz Vermelha neste novo processo negocial”, disse João Machava.

Além de presidente da Junta Militar da Renamo, para este grupo, Nhongo passa a ser líder interino do principal partido da oposição em Moçambique, apesar de a Renamo já ter um presidente.

Nascido em Chemba, na província de Sofala, Mariano Nhongo, 49 anos, entrou para a Renamo em 1981, tendo, no comando de operações de segurança do falecido líder da Renamo Afonso Dhlakama, se tornado um dos mais relevantes oficiais do braço armado do partido, segundo o semanário “Canal de Moçambique”.

Além de ter integrado a Equipa Militar de Observadores Internacionais da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM), no acordo de paz entre a Renamo e o Governo em Outubro de 2014, para fiscalizar a desmilitarização do movimento, foi Nhongo que dirigia a equipa responsável pela segurança de Dhlakama quando o falecido líder escapou ileso de um ataque na Estrada Nacional 6 em Zimpinga, distrito de Gôndola, em Setembro de 2015.

A reunião da Junta Militar juntou mais de 80 guerrilheiros e decorreu perto de uma nova base do grupo, numa mata do interior de Piro, nas encostas da Serra da Gorongosa.

Falando durante comícios em Nampula, o presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, minimizou as acusações do braço armado do partido que contesta a sua liderança, reafirmando o seu compromisso com o acordo de paz recentemente assinado com o Governo.

“Nós assinámos um acordo, ninguém foi comprado. Eu tenho a minha consciência no lugar “, disse o presidente da Renamo, acrescentando que a agitação interna está a ser promovida por “desertores e indisciplinados”.

Fonte: Lusa.

Deixe o seu comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Botão Voltar ao Topo

Discover more from Vivências Press News

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading