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Álvaro Sobrinho salva 30 milhões de euros antes da queda do GES

Álvaro Sobrinho, ex-presidente do BES Angola (BESA), conseguiu salvar 30 milhões de euros que tinha investido no Grupo Espírito Santo (GES), antes do grupo então liderado por Ricardo Salgado entrar em colapso financeiro.

O ex-presidente do BESA recuperou o dinheiro ao vender, em 2013, ao Jarvis Asset Management, fundo que teria então ligações ao GES, a acções da Espírito Santo Internacional (ESI), empresa cuja dívida oculta esteve na origem da queda do GES e do BES, em agosto de 2014.

A operação é citada num acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, no qual o Ministério Público (MP) deixa claro que “não convencem” as explicações apresentadas por Ricardo Salgado de que não terá tido interesses na Eurofin, sociedade financeira suíça que geria o fundo Jarvis e terá sido usada para esconder prejuízos do GES. Quando foi interrogado pelo MP, em Julho de 2015, o antigo líder do GES disse, segundo o acórdão, que a Eurofin tinha um governo “completamente independente” dos seus interesses.

Para o MP, uma das provas de que Ricardo Salgado terá tido ligações à Eurofin é a compra das acções da ESI a Álvaro Sobrinho. No acórdão, o MP diz que essa situação é demonstrada “por exemplo, e no meio de inúmeras outras [operações] detectadas nos autos, a operação com o veículo Jarvis, na compra Álvaro Sobrinho, pessoa com quem aparentemente o arguido [Ricardo Salgado] se incompatibilizou depois dos factos que envolvem a gestão do BESA imputada a este sujeito [Álvaro Sobrinho], das acções que este era dono da ESI, no valor de 30 milhões de euros, no ano de 2013.

Para esta operação ser feita, o Jarvis emitiu dívida em papel comercial, que terá sido depois pela Espírito Santo Resources, empresa do GES. O rasto deste negócio consta, segundo o acórdão, em documentos apreendidos na Suíça e na Casa de Ricardo Salgado.

Buraco milionário no BESA gerou zanga entre banqueiros

O buraco financeiro no BESA, que terá resultado de créditos milionários concedidos a clientes desconhecidos, está na origem da aparente incompatibilidade de Ricardo Salgado com Álvaro Sobrinho, que é referida no acordão do Tribunal da Relação. No essencial, estão em causa créditos superiores a 4,8 mil milhões de euros que o BESA concedeu a clientes mistério.

A situação foi revelada por Rui Guerra, sucessor de Álvaro Sobrinho no BESA, no final de 2013.

Fonte: CM

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