Anabela Aya representa Angola no Kriol Jazz Festival em Cabo Verde

Centenas de artistas de países banhados pelo oceano Atlântico estão reunidos desde ontem na cidade da Praia, em Cabo Verde, naquela que será , até dia 11, a maior plataforma de trocas culturais transatlânticas .
O berço da Morna, do Funaná e do Batuque recebe a sétima edição da Atlantic Music Expo (AME), o maior encontro de profissionais de música de África e da América Latina, e promete muitas novidades, dos Estados Unidos, passando por Cuba, até chegar à África do Sul.
Além de conferências e showcases, haverá palcos espalhados pelo centro histórico da capital que servirão para apresentar cantores da nova geração e novas sonoridades de artistas da velha guarda.
O AME termina a 11, dia em que, à noite, avança mais uma edição do Kriol Jazz Festival, evento que já leva 11 edições e que colocou a praia na rota obrigatória do jazz mundial.
Na primeira noite do festival, que é denominada de Zona Kriol, de entrada gratuita ( e que este ano será no bairro da Vila Nova), haverá actuacões do grupo Azagua, Trakinuz e Bulimundo (Cabo Verde) e Rincon Sapiência (Brasil).
A segunda noite, que coincide com o encerramento do AME e em que a entrada continua a ser grátis, sobem ao palco montado na Pracinha da Escola Grande, no centro histórico da Praia (Plateau), Cuca Roseta (Portugal) e Mário Lúcio e Simentera (Cabo Verde).
A primeira noite paga será no dia 12 de Abril, que vai arrancar com a música do brasileiro Zeca Pagodinho, seguido do cabo-verdiano Tito Paris.
Segue-se depois uma “criação” do Kriol Jazz, denominada de “D’Alma Lusa”, que vai reunir no mesmo palco Anabela Aya (Angola), Karyna Gomes (Guiné-Bissau), Roberta Campos (Brasil), Mirri Lobo (Cabo Verde), Otis (Moçambique) e Cuca Roseta (Portugal).
Na última noite, também paga, vão cantar ainda as cabo-verdianas Elida Almeida e Mayra Andrade.
A cantora angolana Anabela Aya vai divulgar as músicas do seu disco de estreia, “Kuameleli”, lançado em Abril do ano passado, em Luanda.
“É o primeiro ano que o cartaz está tão lusófono. Não foi feito de propósito, mas conforme os artistas foram entrando”, afirmou José “Djô” da Silva, produtor e dono da Harmonia, produtora cabo-verdiana que organiza o evento em parceria com a Câmara Municipal da Praia.
O produtor considerou que a presença de muitos artistas lusófonos foi um “bom acaso”, tendo em conta que acontece no momento em que Cabo Verde tem a presidência rotativa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Através de uma parceria com a Câmara Municipal de São Vicente, o músico brasileiro Zeca Pagodinho vai actuar nessa ilha, no dia 14 de Abril, numa “descentralização” do Kriol Jazz Festival que acontece pela terceira vez.
Orçado em 29 milhões de escudos cabo-verdianos (cerca de 263 mil euros), este ano o festival vai homenagear os compositores cabo-verdianos Pedro Rodrigues (residente em Angola) e Daniel Rendall.
O Kriol Jazz Festival já é uma marca e um mercado internacional, classificado entre os 25 melhores festivais do mundo pela revista inglesa Songlines.
Fonte: DN.