Notícias

Angola aprova financiamentos de 345 milhões de euros para maior barragem do país

A segunda maior barragem em África, Laúca, servirá para abastecer oito milhões de pessoas, chegando em 2018 às províncias do centro do país.

O Governo angolano aprovou a contratação de dois financiamentos, que totalizam 345 milhões de euros, para o projecto do Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca, a maior barragem do país.

A informação consta de dois despachos presidenciais de final de dezembro, aos quais a Lusa teve acesso esta sexta-feira, aprovando os respectivos acordos de financiamento, o primeiro dos quais a celebrar com os britânicos do Standard Chartered Bank (SCB), no valor global superior a 220,5 milhões de euros.

Neste caso, trata-se de um financiamento necessário para a cobertura do projecto do sistema de transporte de energia associado ao Aproveitamento Hidroeléctico de Laúca. No mesmo documento, assinado pelo Presidente angolano, João Lourenço, é revogado um despacho presidencial anterior, de 12 de julho de 2017, sobre outro financiamento ao projeto.

O Aproveitamento Hidroeléctico de Laúca, no rio Kwanza e localizado entre as províncias do Cuanza Norte e Malanje, foi um investimento do Estado angolano de 4,3 mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros), tornando-se a maior obra pública do país.

Igualmente com data de 28 de dezembro, foi aprovado um acordo de financiamento a celebrar entre a República de Angola e os britânicos da GEMCORP, neste caso no valor global de 150 milhões de dólares (124,5 milhões de euros), “para a cobertura do défice do projecto do Aproveitamento Hidroelétrico de Laúca”.

A estratégia do executivo, no que concerne à diversificação das fontes de financiamento para a cobertura de projetos de investimento, impõe a necessidade de criação de condições técnicas para a concretização e operacionalização de projetos do setor da Energia e Águas integrados no Programa de Investimento Público, no âmbito da Política para o Desenvolvimento Económico e Social do país”, lê-se no documento.

O Governo angolano anunciou em outubro de 2016 que estava à procura de soluções alternativas de financiamento à suspensão dos fundos de uma linha de crédito do Brasil para obras em Angola — como é o caso da barragem de Laúca — no âmbito da operação contra a corrupção Lava Jato.

Aquela barragem foi inaugurada a 4 de agosto, pelo então Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que colocou em funcionamento o primeiro grupo gerador, debitando na rede nacional os primeiros 334 MegaWatts (MW) de eletricidade.

Trata-se de uma obra que arrancou em 2012, a cargo da construtora brasileira Odebrecht, e que em setembro contou com a entrada em funcionamento do segundo grupo gerador, elevando a produção debitada na rede, provisoriamente, a cerca de 500 MW.

Considerada a maior obra de engenharia civil de sempre em Angola, e a segunda maior barragem em África, servirá para abastecer oito milhões de pessoas, chegando em 2018 às províncias do centro do país, como o Huambo e Bié.

Foi encomendada pelo Estado angolano por 4,3 mil milhões de dólares (3,6 mil milhões de euros), envolvendo financiamento da linha de crédito do Brasil e movimentou, nas várias fases, cerca de 13 mil trabalhadores.

Entre março e meados de julho que o enchimento em Laúca condicionou a operação nas restantes barragens do rio Kwanza, devido ao reduzido caudal, limitando o fornecimento de eletricidade da rede pública a Luanda, por norma, a poucas horas por dia.

Com um volume de água de albufeira de mais de 2.500 milhões de metros cúbicos, o enchimento da barragem de Laúca só terminará em 2018, com a elevação até à quota 850, completando o reservatório na sua totalidade.

Nessa altura estarão em funcionamento as seis turbinas que estão instaladas, totalizando 2.070 MW de eletricidade, mais do dobro da capacidade das duas barragens – Cambambe (960 MW) e Capanda (520 MW) – já em operação no rio Kwanza.

Fonte: Lusa

Deixe o seu comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Botão Voltar ao Topo

Discover more from Vivências Press News

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading