
Angola conta apenas com 100 médicos cardiologistas e 20% da população adulta do país é hipertensa, segundo estimativa divulgada hoje pela Sociedade Angolana de Doenças Cardiovasculares, que aponta que mais de metade desses doentes não faz tratamento.
Os dados foram revelados por especialistas do setor à margem da cerimónia de abertura do 4.º Congresso Angolano de Hipertensão e Cardiologia, que arrancou hoje, em Luanda, decorrendo até sábado, sob o lema “Cardiologia Interdisciplinar, Unidos pelo Coração”.
Em declarações aos jornalistas, o presidente da Sociedade Angolana de Doenças Cardiovasculares, Mário Fernandes, sublinhou que a inexistência de uma subvenção dos medicamentos para o doente hipertenso “dificulta em grande medida” a vida do paciente.
“Temos dados que apontam para 20% da população adulta no nosso país e que mais de 50% nem sequer está controlada ou tratada. O preço dos medicamentos não é ainda subvencionado no nosso país, o que torna o tratamento do doente hipertenso muito oneroso”, disse.
Por seu lado, o bastonário da Ordem dos Médicos de Angola, Carlos Pinto de Sousa, fez saber que o país conta apenas com cerca de 100 médicos cardiologistas, entre angolanos e expatriados, número “insuficiente” para responder à demanda.
“É evidente que o número é ainda insuficiente. A cardiologia tem uma palavra dizer no âmbito das doenças crónicas não transmissíveis, nomeadamente a hipertensão e as doenças cardiovasculares”, sublinhou.
O congresso está a decorrer na Escola Nacional da Administração (ENAD), em Luanda, na presença de vários especialistas angolanos e estrangeiros.
Fonte: Lusa