A União Europeia anunciou esta segunda-feira, dia 20, um pacote de apoio de 14,6 milhões de euros para ajuda humanitária às populações mais carenciadas da África Austral.
Da verba total de 64,7 milhões de euros de ajuda humanitária à região, 14,6 milhões de euros estão destinados a Moçambique (dos quais 5 milhões para Cabo Delgado) e 3 milhões de euros para Angola, pode ler-se no comunicado da Comissão Europeia.
Segundo a instituição europeia, no caso de Moçambique, parte do financiamento visa fazer face à “grave deterioração da situação em termos de segurança em Cabo Delgado, no Norte”, zona para onde a UE mobiliza “5 milhões de euros para prestar apoio às pessoas mais vulneráveis da região”.
A província nortenha de Cabo Delgado é alvo de ataques de insurgentes desde Outubro de 2017, classificados desde o início do ano pelas autoridades moçambicanas e internacionais como ameaça terrorista.
Em dois anos e meio de conflito, onde avança o maior investimento privado de África para exploração de gás natural (liderado pela francesa Total), estima-se que já tenham morrido, pelo menos, 700 pessoas e que 250 mil já tenham sido afectadas.
O financiamento agora anunciado visa, igualmente, prestar ajuda alimentar às famílias necessitadas e apoio aos agricultores, para enfrentarem a seca naquela região de África, financiar acções preventivas e preparatórias dos sistemas de saúde locais, bem como prestar assistência em matéria de educação.
Em 2019, a região da África Austral teve um dos trimestres mais secos desde 1981, enfrentando uma grave seca que já causou grandes perdas de gado e destruição de culturas, problemas estes que agudizaram as dificuldades económicas da população.
Numa alusão ao surto de Covid-19, que poderá agravar ainda mais as necessidades humanitárias já prementes na região, a Comissão Europeia destaca que outro dos objectivos deste apoio é “financiar projectos de preparação para catástrofes que abranjam igualmente as novas necessidades decorrentes da pandemia”.
Além de Moçambique e de Angola, o pacote de ajuda pretende ainda financiar projectos humanitários no Botswana (1,95 milhões de euros), nas Comores (500 mil euros), na Suazilândia (2,4 milhões de euros), no Lesoto (4,8 milhões de euros), em Madagáscar (7,3 milhões de euros), no Malawi (7,1 milhões de euros), nas Maurícias (250.000 euros), na Namíbia (dois milhões de euros), na Zâmbia (5 milhões de euros) e no Zimbabwe (14,2 milhões de euros).
“Um montante suplementar de 1,6 milhões de euros destina-se a apoiar acções regionais de preparação para catástrofes”, refere ainda a UE.
