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Angola: Isabel dos Santos reage às acusações

Isabel dos Santos defende-se, no que diz respeito à revogação do contrato da Atlantic Ventures, na construção do porto de águas profundas na Barra do Dande, pelo Governo.

O Governo angolano acusou sexta-feira passada a companhia ligada à Isabel dos Santos de “falsidades grosseiras“, referindo que a Atlantic Ventures fez falsas declaraçõess e de não ter qualquer capacidade financeira ou técnica para levar a cabo o projecto de construção da Barra do Dande.

Após dois comunicados emitidos pela empresa, esta sexta-feira foi a vez da empresária, e filha do ex-Presidente angolano José Eduardo Dos Santos, de reagir em declarações à Rádio MFM salientando que houve transparência e que cumpriu com a legislação angolana. Isabel dos Santos afirmou ainda que “o processo de concessão e da obra pública são totalmente diferentes, sendo que a concessão não carece de concurso público“.

No entanto o comunicado do ministério dos Transportes alegou que “o decreto presidencial de Setembro de 2017” constitui “uma decisão de adjudicação“, através de “um procedimento de adjudicação directa, sem concorrência” e “sem observação de quaisquer formalismos“.

Isabel dos Santos disse ainda que “o projecto foi transparente, a adjudicação do contrato cumpriu a legislação em vigor em Angola” e avança que talvez tenha sido uma “falha de comunicação com a mudança da equipa que houve“.

O comunicado emitido pelo ministério dos Transportes diz também que a Atlantic Ventures foi constituída três meses e onze dias antes da publicação do decreto de José Eduardo dos Santos que atribuía a concessão, e que foi emitido seis dias antes da tomada de posse do actual Presidente.

​​​​O Ministério dos Transportes disse que os quatro accionistas da Atlantic Ventures “não têm sequer qualquer experiência nas actividades concessionadas“.

A empresária de 44 anos respondeu que “esse trabalho envolveu a melhor empresa de pontes do mundo, a Royal Scomning, que já desenvolveu vários projectos no mundo como o porto de Dubai, de Hong Kong, de Singapura e de Roterdão. Foi esta a empresa que estava a trabalhar com o ministério dos Transportes para desenvolver o projecto técnico que durou 2 anos“.

Isabel dos Santos disse ainda não entender o motivo de, em Angola, apontarem o dedo unicamente à empresária: “em Angola temos vários grupos económicos, como o grupo da COSAL. Não temos somente dois bancos, BIC e BFA, temos 30 bancos. Existem em Angola mais de 50 empresas de construção civil, não sou accionista dessas, e construíram estradas. Não vejo a revogação desses contratos. Temos dois terminais portuários e não vejo a revogação dessas concessões“, frisou.

O comunicado afirmava ainda que “o que fica evidente é que a sociedade Atlantic Ventures terá sido especificamente criada como intermediária para a concessão do projecto do Porto da Barra do Dande, o que encareceria o próprio projecto, cuja execução seria feita por outras entidades estrangeiras não vinculadas ao Estado angolano com todos os riscos de incumprimento das obrigações contratuais“.

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