
Devido aos 51,3 pontos num máximo de 100, Angola tem um resultado mais baixo do que a média da região onde está inserida, a África Subsaariana, com 53,8 pontos.
Trata-se de um relatório realizado por cientistas independentes para a ONU, que avalia o desempenho de 162 países nos 17 objectivos de desenvolvimento sustentável (ODS) assumidos há quatro anos na Agenda 2030.
Angola, que não cumpre nenhum dos 17 objectivos de desenvolvimento sustentável (ODS), tem uma situação de “grandes desafios” em 13 desses objectivos.
O desempenho dos países foi avaliado de acordo com vários indicadores dentro de cada objectivo de desenvolvimento sustentável.
O primeiro ODS, de erradicação da pobreza é um dos que apresenta “grandes desafios” para Angola, já que 20,4% da população vive com menos de 1,90 dólares por dia e 42% vive com menos de 3,20 dólares por dia .
A erradicação da fome, o segundo ODS, ainda não está à vista em Angola, calculam os especialistas, devido aos dados de subnutrição, que afecta 23,9% da população, o atraso de crescimento das crianças, o rendimento da produção de cereais e outros.
Em 14 indicadores de saúde, a quase totalidade dos números angolanos apresenta valores piores do que os recomendados. Estes incluem a mortalidade infantil, mortalidade materna, tuberculose (359 casos em 100.000 pessoas), número de gravidezes de adolescentes entre 15 e 19 anos (145,5 partos em cada 1.000 jovens) e outros.
A qualidade da educação, o ODS número 4 é posta em causa enquanto a taxa de literacia e número de crianças que frequentam o ensino primário e básico são menores que o objectivo estabelecido.
O ODS número 6 (água potável e saneamento), número 7 (energias renováveis e acessíveis), número 8 (trabalho digno e crescimento económico), número 9 ( indústria, inovação e infraestruturas), número 10 (redução das desigualdades), número 11 (cidades e comunidades sustentáveis), número 13 (acção climática), número 14 (protecção da vida marinha) e número 16 (paz, justiça e instituições eficazes) também enfrentam grandes desafios.
Angola é o país de língua oficial portuguesa com pior desempenho no desenvolvimento sustentável, salvo três países que não foram pontuados (Timor-Leste, Guiné-Bissau e Guiné Equatorial) . Portugal assume a posição 26 de 162 países, com 74,4 pontos.
Os dez países mais sustentáveis do mundo são membros da União Europeia. O primeiro da lista é a Dinamarca, com 85,2 pontos. Suécia, Finlândia, França e Áustria são os países que se seguem.
São Tomé e Príncipe, na posição 95 e Cabo Verde, na posição 96, são os países mais sustentáveis da região da África subsaariana.
O relatório de desenvolvimento sustentável, produzido por uma equipa de 15 especialistas independentes elegidos pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, é o primeiro a avaliar o cumprimento dos ODS, adoptados há quatro anos por mais de 190 países.
Intitulado “O Futuro é Agora : ciência para atingir desenvolvimento sustentável”, o documento de 480 páginas que vai ser lançado oficialmente no fórum político de alto-nivel para o desenvolvimento sustentável da ONU (SDG Summit), que se realiza a 24 e 25 de Setembro em Nova Iorque.
Fonte: Lusa