Angola realiza censo animal em 2018 para avaliar autossuficiência alimentar

Angola vai realizar um novo censo, em 2018, para determinar o efetivo de animais no país e conhecer as necessidades para a autossuficiência de carne animal, informaram hoje as autoridades angolanas.
Segundo o ministro da Agricultura e Florestas de Angola, Marcos Nhunga, o país prevê atingir a autossuficiência em animais para abate nos próximos nove anos, garantindo a disponibilidade de carne de produção nacional.
Marcos Nhunga procedeu hoje ao balanço das atividades realizadas no que agora finda e as perspetivas para 2018.
O governante salientou que para se atingir a meta, o Governo começou a repovoar com gado, o Planalto de Camabatela, na província do Cuanza Norte, onde um matadouro foi inaugurado em agosto deste ano.
Outros matadouros, de menor dimensão e capacidade, foram igualmente construídos nas províncias de Luanda, Cuanza Sul e Malange com o mesmo objetivo.
O ministro referiu que, este ano, Angola produziu mais de 2,1 milhões de quilogramas de carnes diversas, sem referir se a quantidade foi suficiente para atender a demanda.
No domínio da produção agrícola, Marcos Nhunga disse que na Campanha Agrícola 2016/2017 foram trabalhados 5,7 milhões de hectares, um aumento de 2,4% comparativamente à área estimada no período anterior.
A agricultura familiar continuou a liderar, com cerca de 90% do total de hectares de terra trabalhados, sendo o restante coberto pelo setor agrícola empresarial.
Segundo o ministro, do total da área cultivada, durante a campanha agrícola 2016/2017, foram colhidas 5,9 milhões de hectares, o equivalente a 89% da área com culturas que atingiram a fase de colheita.
No capítulo dos cereais, o país registou este ano um aumento de 5,9% das quantidades produzidas comparativamente ao período anterior, tendo a produção atingido os 2,5 milhões de toneladas.
Marcos Nhunga salientou que a perspetiva é que nos próximos dez anos, Angola alcance a autossuficiência alimentar nos principais produtos que o país pode produzir, muitos dos quais compõem a cesta básica.
A produção local de sementes melhoradas de alto rendimento, a implantação de uma ou mais fábricas de adubos, a correção dos solos, a criação de uma ou mais linhas de montagem de tratores, unidades de produção de sistemas de irrigação, de pelo menos duas indústrias de charruas, ferramentas agrícolas são as conjeturas para se alcançar esse objetivo.
Fonte: Lusa