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Angola vai assinar acordos de cooperação económica com a África do Sul

Angola vai assinar em Agosto um conjunto de acordos de cooperação económica bilateral estratégica com a África do Sul, disse em entrevista à Lusa o ministro das Relações Exteriores.

O chefe da diplomacia angolana, que participou na 10ª Cimeira do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), de 25 a 27 em Joanesburgo, disse que os dois países vão cooperar no domínio da indústria extrativa, infraestruturas, agricultura, turismo e crédito financeiro, estando nesse sentido a ser ultimada uma visita a Luanda, no início do próximo mês de agosto, de uma delegação presidencial da África do Sul, liderada pelo Presidente Cyril Ramaphosa.

Angola é o presidente do órgão da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) e o Presidente Ramphosa é o presidente da SADC. No dia 17 de agosto, ambos vão passar o testemunho a outros países e, portanto, é possível que antes dessa data os dois presidentes se encontrem para discutirem sobre essa transição”, disse à Lusa, Manuel Augusto, na capital sul-africana.

O ministro adiantou que as negociações encontram-se em estado “muito avançado” e que nas áreas em que vão cooperar os dois governos estão a trabalhar com empresas e instituições, principalmente na área financeira, porque, sublinhou, “sem ela todas as ações não passarão do papel”. “A África do Sul, para nós, é um parceiro estratégico”, afirmou. “Entendemos que, para eles, Angola também é um parceiro estratégico”, frisou.

“Vamos trabalhar para fazermos projetos de interesse comum no domínio das infraestruturas, estradas, possivelmente uma autoestrada entre a África do Sul e Angola, e queremos usar o facto de a África do Sul ser um dos membros dos BRICS para que possamos ter acesso também a fundos que os BRICS têm para projetos de infraestruturas que tenham um impacto regional”, precisou o governante angolano.

“Ao nível bilateral, a África do Sul, acreditamos, vai voltar a Angola no sector dos diamantes de onde se tinha quase retirado, mas a África do Sul quer também entrar connosco nas áreas da Agricultura e Turismo, e nós queremos naturalmente criar primeiro, o suporte institucional para que os operadores privados possam julgar o seu papel”, disse.

“Para isso, já eliminámos os vistos, que é um elemento importante para o desenvolvimento dos negócios; estamos a trabalhar para criar o seguro de crédito para as instituições financeiras, estamos a ver se podemos usar as nossas moedas para o comércio bilateral, sem termos que recorrer a moedas estrangeiras; portanto há um conjunto de iniciativas e de projetos que estão identificados, que se forem implementados vão transformar completamente para melhor as atuais relações”, explicou o chefe da diplomacia angolana.

O ministro Manuel Augusto sublinhou à Lusa que o plano de cooperação com a África do Sul foi estabelecido na reta final da administração do ex-Presidente sul-africano Jacob Zuma.

Angola foi o primeiro país que o Presidente Ramaphosa visitou em 2 de março deste ano, na qualidade de presidente da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), após a sua nomeação para o cargo, em fevereiro, pelo Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder desde 1994, que demitiu o ex-chefe de Estado, Jacob Zuma, por alegado envolvimento em vários escândalos de corrupção na administração do Estado.

Acompanharam Ramaphosa a Luanda, a ministra da Relações Internacionais e Cooperação, Lindiwe Sisulu, e a ministra da Defesa e Militares Veteranos, Nosisiwe Mapisa-Nqakula.

Em abril, Ramaphosa realizou na capital angolana a Cimeira Extraordinária da Dupla Troika da SADC sobre a mediação regional de paz no Lesoto e as eleições na República Democrática do Congo (RDC) e em Madagáscar.

A delegação presidencial sul-africana à cimeira extraordinária da SADC, incluiu a ministra da Relações Internacionais e Cooperação, a ministra da Defesa e Militares Veteranos, o ministro da Polícia Bheki Cele e a vice-ministra da Segurança de Estado, Ellen Molekane.

O Presidente Ramaphosa elencou como prioridades do seu mandato, o combate à corrupção no sector público, a restituição da credibilidade das instituições do Estado e a atração de investimento externo, para revitalizar o crescimento da economia do país, tendo estabelecido como meta a angariação de 100 mil milhões de dólares a cinco anos.

“Vamos estar na ‘linha da frente’ em tudo o que signifique potenciar as nossas capacidades, usar os nossos recursos, e esta meta [de investimento] estabelecida pelo Presidente Ramaphosa é atingível”, disse Manuel Augusto.

“Temos investimentos a projetar na África do Sul. Não vou especular agora em números, apenas afirmar a nossa vontade de investir na África do Sul. A relação entre Angola e a África do Sul vai ser traduzida também em investimentos mútuos e nós vamos investir na África do Sul”, disse à Lusa o ministro das Relações Exteriores de Angola.

Fonte: Lusa

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