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Banco central angolano mantém taxa de juro nos 18% até final de janeiro

O Banco Nacional de Angola (BNA) informou hoje que decidiu deixar inalterada, em 18%, a taxa de juro base angolana, depois do aumento introduzido no final de novembro, então como medida para tentar controlar a subida da inflação acumulada.

A decisão consta da nota oficial sobre a reunião mensal do Comité de Política Monetária (CPM) do BNA, encontro que serve para avaliar os indicadores de crescimento económico e as contas fiscais e monetárias, neste caso de novembro.

“Apesar da queda registada na inflação no mês de novembro, mantêm-se as pressões inflacionárias”, refere o mesmo documento, a que a Lusa teve acesso.

A taxa de juro base esteve fixa em 16% até final de novembro último, altura em que aumentou para 18%, por decisão do BNA. O aumento então definido foi justificado com “os altos níveis de inflação acumulada”, o que levou o CPM a concluir pela “necessidade” de tomar “medidas de política monetária com o propósito de reverter o atual processo inflacionista”.

Já no mês de novembro, a taxa de inflação mensal, medida pelo Índice de Preços no Consumidor da província de Luanda, publicada pelo Instituto Nacional de Estatística, foi de 1,02%, contra os 2,98% do mês anterior e os 2,13% em novembro de 2016.

A inflação dos últimos doze meses, até novembro, situou-se assim em 27,76%, contra 41,15% no acumulado do período homólogo de 2016, recorda o BNA.

“A redução da inflação no mês de novembro pode ter sido impulsionada pelo aumento da oferta de bens, sobretudo alimentares, maioritariamente importados”, refere o comunicado de hoje do banco central.

A taxa de juro, cujas variações podem servir para controlar a evolução da inflação, esteve fixada até julho de 2014 em 8,75%, após um corte, na altura, de meio ponto percentual. Aumentou em 2015 para 9%, iniciando então um ciclo de subidas, com três aumentos só em 2016, o último dos quais em junho (do mesmo ano).

Na reunião de 28 de dezembro do CPM – cujo teor das conclusões foi hoje divulgado – além de manter a taxa base de juro nos 18% ao ano, até 29 de janeiro (próxima reavaliação), o BNA decidiu não mexer na taxa de juro de facilidade permanente de cedência de liquidez, fixada nos 20% ao ano, e manter não remunerada a Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez e o coeficiente das reservas obrigatórias sobre os depósitos em moeda nacional nos 20%.

Devido à crise decorrente da quebra na cotação internacional do petróleo, Angola viu reduzir a receita fiscal para cerca de metade desde 2015, assim como a entrada de divisas no país, agravando o custo das importações e o acesso a produtos, inclusive alimentares, cujos preços dispararam.

Fonte: Lusa

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