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BCP não é prioritário para Sonangol

O Banco Comercial Português deixou de ser prioritário para a Sonangol e para o Estado angolano. A petrolífera angolana não exerceu a possibilidade de superar os 20% no banco português no prazo em que estava autorizada nem pediu uma nova luz verde para fazê-lo.

Segundo informações obtidas pelo Negócios, quer para a nova administração da Sonangol, presidida por Carlos Saturnino, quer para o novo Governo, liderado por João Lourenço, o BCP não é estratégico nem é um investimento prioritário.

Esta é uma mudança do posicionamento face à anterior cúpula da Sonangol, presidida por Isabel dos Santos, que, ainda em Outubro, classificou a posição de 15,4% do BCP como uma “participação estratégica”. Nessas declarações, em entrevista à Reuters, a empresária angolana referiu-se à ligação entre a petrolífera estatal e o banco como de “reforço e continuidade”, acrescentado que deveria ser assim a relação entre Angola e Portugal.

Aliás, tinha sido no mandato de Isabel dos Santos, que tinha sido feito o pedido ao Banco Central Europeu para que a Sonangol pudesse ir além dos 20% no banco português.

A possibilidade de expansão da participação accionista não foi exercida até à data-limite, 16 de Dezembro, como deu conta o jornal Eco na passada quarta-feira. E, como apurou o Negócios, não foi pedida uma extensão do prazo, nem tão pouco foi feito um novo pedido de autorização.

“A Sonangol está muito bem, produz petróleo em Angola e é uma boa parceira do BCP e espero que continue a ser”. Afirmou Nuno Amado a 17 de Novembro, citado pela agência Lusa.

A Sonangol detém 15,24% do capital da instituição financeira comandada por Nuno Amado e tinha, até 16 de Dezembro, para reforçar a sua posição acima dos 20%, uma autorização que tinha sido dada pelo Banco Central Europeu, no quadro da mesma luz verde que tinha sido concedida à Fosun, que têm, neste momento, 25,16% do banco.

Quando o grupo chinês entrou no banco, uma das condições impostas foi a subida do limite aos direitos de voto de 20% para 30%, para poder chegar àquela percentagem. Viabilizando esse aumento, a Sonangol pediu para, também ela, superar a posição de 20%.

A Sonangol, que viveu anos de dificuldades financeiras devido à crise do petróleo, está representada no conselho de administração do BCP por Raquel Vunge. O mandato dos órgãos sociais termina no final deste ano.

Fonte: Negócios.

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