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Bolsonaro não quer Venezuela e Cuba na tomada de posse

Na primeira declaração como Presidente eleito, ainda na noite das eleições, Jair Bolsonaro prometeu “libertar o Itamaraty [sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros] do viés ideológico”. No entanto, as medidas de preparação para a sua tomada de posse, a 1 de Janeiro, indicam que a política externa brasileira deverá ser guiada mais do que nunca pela ideologia do Governo.

Bolsonaro deu ordens ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para cancelar os convites enviados aos chefes de Estado da Venezuela e de Cuba.

O futuro chefe da diplomacia, Ernesto Araújo, disse que a decisão foi tomada por “respeito ao povo venezuelano” e que “não há lugar para [o Presidente Nicolás] Maduro numa celebração da democracia”.

São conhecidas as posições de Bolsonaro em relação aos dois regimes latinos. Ambos foram descritos pelo ex-capitão do Exército como ditaduras e essas declarações já tiveram efeitos práticos, com a saída de Cuba do programa Mais Médicos, que durante anos permitiu que milhares de médicos cubanos trabalhassem junto de comunidades brasileiras pobres e isoladas.

Mas a retirada do convite para a tomada de posse rompe com uma tradição do Itamaraty de convidar todos os chefes de Estado com quem o Brasil tem relações diplomáticas, seja qual for a natureza dos regimes.

“Tomamos uma decisão que vai contra a longa tradição brasileira de convidar todo o mundo para a posse”, disse à Veja o ex-embaixador em Londres e Washington, Rubens Barbosa.

Alberto Pfeifer, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, disse à mesma publicação que a retirada do convite é “uma descortesia”.

A decisão gerou uma reacção dura em Caracas, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, a dizer que Maduro “não iria assistir à posse de um presidente que é a expressão da intolerância, do fascismo e da entrega a interesses contrários à integração latino-caribenha”.

A presença de chefes de Estado latino-americanos na tomada de posse é sempre uma prioridade dos Presidentes brasileiros recém-eleitos. Na posse de Dilma Rousseff, em 2011, estiveram 13 líderes regionais.

Fonte: Público

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