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Brasil: Seminário aborda Consciência Negra e a sua diversidade cultural

De 1550 a 1888, pelo menos três milhões de africanos foram enviados para o Brasil pelos mercadores de escravos, o que representa quase metade de todos os escravos aportados na América do Sul. A maioria veio de Angola e Moçambique, então colônias portuguesas em África, e foram submetidos a trabalho de escravos nas plantações de cana-de-açúcar no nordeste brasileiro e também em outras regiões do Brasil.

O evento celebrou os 130 anos da libertação dos escravos no Brasil. Esta foi a quarta edição do Seminário.

A forma de se educar mudou e a tecnologia avançou, mas o preconceito apenas se enraizou. Acoplado a uma visão distorcida na problemática da história, o negro ainda é visto de uma forma negativa no Brasil. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a população negra é a mais afectada pela desigualdade e pela violência no Brasil. O Atlas da Violência 2017 revela que a população negra também corresponde à maioria (78,9%) dos 10% dos indivíduos com mais chances de serem vítimas de homicídios.

No Brasil há uma forte mistura de raças, a incidência de racismo pode não ser tão evidente para alguns, mas não deixa de existir. Em alguns casos, ocorre de forma subtil. Pode acontecer em forma de piadas ou simplesmente o evitar do contacto físico.

O mestre em história social, Elder Hosokawa, ressalta que a população de negros no país seja grande, pouco da cultura Afro é discutido dentro e fora da sala de aula no Brasil

o Brasil tem pelo menos 50% de população negra, e não está documentada em bibliografias, pesquisas ou em conteúdo didático”, refere Elder.

Com o intuito de discutir esta temática realizou-se na noite da última quinta-feira (10), o 4° Seminário da Consciência Negra com a parceria dos cursos de História e Pedagogia do Centro Universitário Adventista de São Paulo campus Engenheiro Coelho (UNASP-EC). A coordenadora do evento Dra. Germana Ponce de Leon Ramirez explicou da importância de trazer estes assuntos para o cenário académico.

Neste eventos, nós focamos a diversidade étnica e cultural, neste contexto o Afro-brasileiro, o africano e a própria África. Como finalidade de dissipar um pensamento não estereotipado dos alunos e dos visitantes que prestigiam o evento”, afirma a Dra. Germana.

A história é um curso totalmente interdisciplinar, sendo assim temos que ter em mente que o estudo antropológico, indiscutivelmente faz-se necessariamente pela escrita e interpretação correcta da história. Por este e outros motivos, o historiador deve participar neste tipo de congressos e debates para que o seu conhecimento e observação analítica dos factos sejam coerentes com o que de facto aconteceu, e assim passar para as novas gerações um conhecimento real e humano”, esclarece Danilo Reis, aluno do 3° semestre de história.

O evento também contou com a presença da estudante do último ano de pedagogia, Athaise Silva Pereira que referiu as suas experiências sobre o tema: “Ser Afro-brasileiro na Contemporaneidade”. O estudante estrangeiro Thomas Ayou Jacob Roberts também palestrou sobre o seu país Gambia.

O seminário culminou com a palestra da universitária Egípcia Ramage Maher, que apresentou o vislumbre do seu país e suas diferenças Étnicas.

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