
Em comunicado, a empresa refere que a medida entrou em vigor este domingo, cerca de três meses depois do lançamento dos voos para a capital norte-americana, e que representa uma consequência da epidemia de Covid-19, provocada por um novo coronavírus, nos transportes aéreos internacionais.
“O atual surto de vírus está a afetar as companhias aéreas em todo o mundo. Como resultado do surto, a reserva de voos diminuiu significativamente. Consequentemente, as companhias aéreas vêm reduzindo os seus horários de voo, o que também afeta as linhas aéreas de Cabo Verde”, lê-se no comunicado da CVA, desde março de 2019 liderada por investidores islandeses, na sequência da privatização de 51% do capital social da Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV).
Entretanto, a companhia foi afetada pela decisão do Governo cabo-verdiano de suspender, durante pelo menos três semanas, até 20 de março, os voos de Itália, devido ao alastrar do surto de Covid-19 naquele país europeu, deixando por isso de voar para Milão e Roma.
O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou 3.491 mortos e infetou mais de 98 mil pessoas em 87 países e territórios.
Das pessoas infetadas, mais de 55 mil recuperaram.
Recordando que Cabo Verde não tem qualquer caso suspeito ou confirmado de Covid-19 atualmente, a CVA afirma que a ilha do Sal, a mais turística do arquipélago e onde a companhia instalou o ‘hub’ para ligar os voos entre África, Europa e América, “continua a ser um destino seguro para os viajantes”.
A CVA também suspendeu, por tempo indefinido, desde 01 de março, os voos da rota entre a ilha do Sal e Salvador da Bahia, no Brasil, reestruturação justificada então com os novos destinos da companhia.
Além disso, segundo noticiou a Lusa na passada quinta-feira a companhia terminou com o voo direto entre Praia e Lisboa, cinco meses depois do lançamento, decisão que justificou com o objetivo de dinamizar o hub na ilha do Sal.
A companhia anunciou anteriormente o reforço das ligações a Lisboa, a partir da Praia, com início em 30 de Agosto de 2019, data da entrada ao serviço de um Boeing 737-300, além dos voos regulares que já garantia para a capital portuguesa a partir da ilha do Sal.
Contudo, conforme esclarecimento pedido pela Lusa à CVA, esta ligação regular foi terminada no mês passado.
“Os voos Praia–Lisboa deixaram de ser diretos desde o dia 4 de Fevereiro, passando a ser apenas via Sal”, explicou Raul Andrade, vice-presidente da companhia para a área comercial e de marketing.
A razão é estratégica para a dinamização do ‘hub’ do Sal como o centro principal das operações da CVA.
Na quarta-feira, no parlamento, o ministro dos Transportes e do Turismo, Carlos Santos, anunciou que a CVA, ainda participada pelo Estado, transportou 295 mil passageiros em 2019, um aumento de 95% face ao ano anterior.
O governante justificou, assim, a “aposta acertada” da venda de 51% da TACV a investidores islandeses liderados pela Icelandair, ao ser interpelado pela oposição sobre os transportes aéreos e marítimos no país.
Fonte: África 21 Digital