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Carlos Cunha chama a atenção para a economia informal

O coordenador do grupo técnico empresarial (GTE), Carlos Cunha, considerou, na terça-feira, em Luanda, imperioso que o Estado angolano preste “elevada atenção ao sector informal”, no quadro das medidas adoptadas para a revitalização económica.

Segundo o empresário, que falou em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA) sobre o impacto da covid-19, o sector pode representar peso significativo na economia nacional.

Assim, Carlos Cunha sugere a tributação dos mercados informais, ou seja a cobrança, a curto ou médio prazo, de impostos aos trabalhadores desse segmento comercial.

Para si, essa medida não pode ser adoptada antes de estarem criadas todas as condições necessárias,  sem aprofundar a forma como as autoridades podem tornar viável essa tributação.

Noutro domínio, considerou “muito duro” o impacto da covid-19 na economia nacional, mas disse olhar com grande optimismo as medidas implementadas pelo Executivo para mitigar esses efeitos.

Durante a entrevista, afirmou que sempre esteve em desacordo com a decisão do Governo de paralisação da actividade comercial, na primeira fase do Estado de Emergência, em Março último.

“Eu fui contra a paralisação do comércio, mas respeito as medidas de prevenção”

Numa altura em que o país começa a retomar lentamente a sua actividade económica e empresarial, com o desagravamento das medidas de restrição, o empresário considera que, perante o actual cenário, “a economia deve ser acompanhada da injecção de dinheiro”.

Sustenta que essa eventual injecção de capital serviria para motivar e dinamizar os mercados.

A esse respeito, manifestou-se preocupado com algumas micro, pequenas e médias empresas que equacionavam despedir trabalhadores, devido à paralisação das suas actividades.

Do seu ponto de vista, o Executivo deve abordar a questão da crise económica, no seu todo, pela subvenção financeira e não somente no âmbito do fomento de maior produção.

Questionado sobre o Programa de Apoio ao Crédito (PAC), o empresário afirmou ter sido um “desastre” em  2019, devido à falta de injecção monetária no Fundo de Garantia ao Crédito (FGC).

“Temos informação de que o Governo já refinanciou o Fundo e, deste modo, acredito que há recursos suficientes para a economia avançar”, referiu o empresário, admitindo haver vontade dos membros do Executivo para corrigir essas falhas.

O Programa de Apoio ao Crédito (PAC), criado pelo Executivo angolano, em 2019, vai beneficiar, ainda esse ano, de um financiamento avaliado em mil milhões e 120 milhões de dólares norte-americanos, visando a dinamização da sua implementação.

Sobre a privatização de activos do Estado, em curso até 2022, Carlos Cunha disse que nesta fase o importante é entrega-los a pessoas capazes de gerir os mais variados projectos e gerar empregos.

Noutra vertente, o empresário admitiu haver melhorias na plataforma de diálogo entre o Executivo angolano e a classe empresarial, especialmente desde 2017.

Na sua visão, tem-se observado qualitativa melhoria na abordagem técnica, à medida que tem havido maior respaldo e profundidade na discussão dos problemas.

“Diria mesmo que 90% das preocupações colocadas pelo GTE têm sido resolvidas”, disse o representante do referido grupo técnico, cuja abordagem se centrou nas medidas implementadas pelo Executivo, no quadro do Estado de Emergência.

Fonte: Angop

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