CronistasZeferino Boal

Casa de Angola – 3

No passado a gestão das associações tinha uma grande componente do altruísmo e do voluntariado, hoje também existe, há de fato; no entanto os apoios de natureza financeira provenientes por via estatal ou privada abundava, eram os tempos dos “Estados elásticos”. A Casa de Angola não escapou à tipologia de práticas, naquela época a disponibilidade dos associados para cumprirem os seus deveres, nomeadamente o pagamento de quotas contribuía para as atividades serem planeadas cumprindo uma estratégia minimalista quanto bastasse.

Foram períodos associativos e como em tudo na vida do ser humano há alterações que ocorrem na sociedade de igual modo, inclusive a forma de agir e viver da comunidade angolana, as dificuldades de hoje podem não ser muito diferentes do passado recente, mas a forma de encarar e solucionar são de grau de exigência e responsabilidade bem maior.

Não temos dúvidas que na atualidade os projetos pessoais e egoístas na gestão de uma associação e nomeadamente da Casa de Angola não têm sucesso.

Foi necessário arregaçar as mangas e contribuir para uma imagem da Casa de Angola, bem diferente e aberta a todos, nada ocorre de forma secreta nas instalações, apesar da resiliência e contenção das palavras para encontrar soluções que permitam perpetuar o património e de igual modo preservar a História deste ícone da comunidade angolana em Portugal.

Estamos conscientes que a comunidade angolana tem características diferentes para além da idade, há os que vieram de Angola em anos anteriores a 1974 e muitos milhares nos anos subsequentes até aos dias hoje. Para além disso, Angola e Portugal estão ligados por um cordão umbilical que felizmente possuem na Chefia dos Estados protagonistas que têm este conhecimento bem enraizado e tentam levar esta mensagem o mais longe possível e em qualquer recanto de cidadania.

Em próxima oportunidade expressaremos o que consideramos de primordial importância para que todos possamos integrar e cooperar com a Casa de Angola, e esta possuir a missão de melhor defender a cultura e os valores de Angola na sociedade que estamos inseridos, mas sempre em partilha com outros agentes, nunca como no passado recente que alguns pensaram transformar a Casa de Angola como pilar de unicidade, a Casa de Angola deve ser um polo de respeito na diversidade e abertura alargada, seguindo os exemplos do Presidente João Lourenço.

Se no passado os equilíbrios entre cumprir as Leis do Estado Português, onde a associação está inserida também era obrigatório respeitar uma missão do Governo de Angola, no passado recente estes pilares foram desvalorizados de forma irresponsável, por isso há questões fiscais e financeiras que têm sido discretamente resolvidas sem grandes perturbações e com coragem. Sabemos que os sentimentos e emoções não pagam custos, mas as boas vontades e os atos de boa-fé contribuem para a melhor resolução das situações.

Todos seremos poucos a salvar a Casa de Angola histórica, seria bom que assim houvesse compreensão, porque a administração fiscal em Portugal não olha a compadrios e intrigas, atua!

A complexidade presente do funcionamento da Casa de Angola pode ser facilmente ultrapassada tal como o Presidente João Lourenço tem enfrentado os problemas em Angola e com o espirito humanista do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, sem deixar de olhar para a comunidade com raízes em Angola que gosta das nossas vivências.

Em próximo capítulo não falaremos mais do presente e muito menos do passado, apresentaremos ideias que possam contribuir para o futuro de sucesso e aglutinador da Casa de Angola, sempre valorizando os desígnios e os desafios para ultrapassar barreiras.


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