DestaquesMundo

China e Vaticano assinam acordo histórico para reconhecimento da autoridade do Papa

É histórico o acordo que o Vaticano assinou no sábado com o Governo de Pequim, para o reconhecimento do Papa como o chefe da Igreja Católica na China. Até aqui, coexistiam duas : uma oficial, gerida pela Associação Católica Patriótica e com 60 bispos, outra clandestina, gerida pelo Vaticano e com trinta bispos.

Para ultrapassar o conflito de décadas entre Pequim e a Igreja de Roma, foi fundamental que o Papa Francisco anulasse a excomunhão de sete bispos nomeados por Pequim e que os reconhecesse. Segundo o texto do acordo, a partir de agora as nomeações são feitas por mútuo acordo, tendo o Papa direito de veto.

“Pela primeira vez, hoje, todos os bispos da China estão em comunhão com o Santo Padre, com o Papa, o sucessor de Pedro”, disse numa mensagem de vídeo o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin.

Há anos que se aguardava por este acordo, assinado em Pequim. Para já, é um acordo provisório, cujo conteúdo não foi divulgado, que tem carácter experimental por dois anos. “Isto não é o fim de um processo, é o começo”, explicou o porta-voz do Papa, Greg Burke.

“O objectivo do acordo não é político, é pastoral. Permitirá aos fiéis ter bispos que comunicam com Roma, mas reconhecidos pelas autoridades chinesas”, afirmou.

Mas este acordo tem implicações políticas fortes, e foi contestado antes de ser assinado. Um antigo arcebispo de Hong Kong, o cardeal Joseph Zen, considerou o processo uma traição. Alguns sectores da Igreja criticaram as concessões do Vaticano à China, assim como bispos chineses que durante décadas foram perseguidos e detidos naquele país.

A questão de Taiwan é um ponto crítico de outra fase do processo da normalização das relações entre a Santa Sé e o Vaticano. Para que se restabeleçam laços diplomáticos, quebrados em 1951 quando Mao Tse-Tung expulsou o núncio e os missionários católicos, o Vaticano tem que quebrar os que existem com Taipé.

Para já, o retomar das relações diplomáticas não está em cima da mesa. Mas a China é um país vital para a Igreja Católica, que quer torná-lo no seu ponto central no continente asiático.

Oficialmente, existem na China, 12 milhões de católicos e 40 mil cristãos. As estimativas apontam para um grande crescimento destes fiéis, prevendo-se que em 2030 sejam 247 milhões os cristãos chineses.

Fonte: Lusa

Deixe o seu comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Botão Voltar ao Topo

Discover more from Vivências Press News

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading