Concursos ou Prémios literários (Cultura e Política)

Concursos ou Prémios literários nascem de uma necessidade factual do ponto de vista cultural. Pois que, eles podem massificar aspectos da cultura de determinado país, objetivando a promoção do hábito da escrita e a formação de novos leitores ou audiências. Estas iniciativas geralmente proporcionam a publicação de obras literárias ou de coletâneas, para os vencedores. Consequentemente, lançam e promovem vários escritores/autores que sonham em compartilhar suas obras literárias e ilustrar sua criatividade ou talento, estes concursos também são elementos estimuladores e motivacionais externos para desenvolver a criatividade sobre tudo de autores jovens.
Em Angola existem, infelizmente, apenas três prémios literários, realizados com alguma regularidade, o Prémio António Jacinto (Poesia), Prémio Sagrada Esperança e Jardim do Livro Infantil, e dissemos “ são realizados com alguma regularidade” porque recentemente, fruto da crise há anos instalada no território nacional, a organização de um daqueles prémios anunciou a falta de verbas para a realização da premiação. Por outro lado, o número de concursos literários é extremamente irrisório acareado ao número de habitantes, aproximadamente 26 milhões. Este reduzido número de Concursos ou prémios contrasta, com países relativamente menores que o nosso, como é o caso de Portugal, por exemplo, um país com pouco mais de 11 milhões de habitantes, ostenta mais de 110 prémios literários que cobrem as mais diversas vertentes Literárias. A maior parte dos 3 concursos angolanos não ostentam datas fixas para a sua realização. Por isso, a Ministra da Cultura Carolina Cerqueira, comunicou em 2016, a necessidade do estabelecimento de datas permanentes para a realização dos eventos literários e mais outros culturais. Com excepção do Prémio Sagrada Esperança, que possui no seu website oficial o regulamento do referido prémio, todos os outros repetidamente e talvez mesmo, intencionalmente omitem seus regulamentos, fazendo transpirar alguma falta de transparência nos seus apuramentos.
Conquanto, há organizações juvenis que se oferecem a realizar premiações que de tão corrompidas e viciadas que são, se calhar era melhor não o fazerem mesmo. A título de exemplo; no final do ano passado, mês de Novembro, uma organização/revista jovem, realizou pelo que sei a sua segunda gala de premiações, e como na edição anterior a organização anunciou entre outras a categoria literatura, sob o nome Melhor Escritor do Ano. No entanto, quando a mesma revista iniciou a divulgação das categorias e seus respectivos nomeados, aquela categoria, Literatura: Melhor Escritor do Ano, não foi “solapada”, nem mesmo o nome dos nomeados divulgados, o que levou-me legitimamente a concluir que naquele ano não haveria premiação para os escritores/autores jovens. Estava enganado.
Na noite de premiação, um iluminado autor presente na gala é declarado vencedor da categoria Literatura: Melhor Escritor/Autor do ano 2017, eleito numa categoria fantasma, uma vez que, desconhecemos as pessoas com as quais concorreu. Definitivamente, um mau espetáculo produzido por aqueles que se adivinha assumirem o leme do país em um futuro cada vez mais próximo, os jovens, que criticam os mais velhos por seus viciosos actos, mas que, quando lhes convém, seguem os tracinhos dos kotas.
Enfim, este assunto, concursos e prémios literários (Cultura e Política), merecerá maior aprofundamento e tratamento aqui no meu espaço semanal, em razão de, e como mencionei, falar de “literatura é falar de cultura”, e consequentemente falar de cultura é dissertar políticas de governação e de Governo…
Por agora, despeço-me com a aspiração e desejo de que cada um dos leitores da Vivências Press News em geral, e desta rubrica “Incipiência Crónica” em particular experimentem um ano “preenchido de sucessos” e repleto de novas experiencias, afinal, “a experiência corrige.” Por isso, “não há juízo claro sem experiencias.”
“Feliz ano novo a todos”