Conhecimento de Angola
Nos últimos meses constatamos a publicação em Portugal de relativamente grande numero de livros sobre Angola ( e outros países africanos em menor escala), principalmente literatura, história e política (opiniões ou estudos). Ontem disse isso na abertura da crónica que envio todas as tardes para a RDP África, mas creio ser útil aos leitores referir aqui de novo. Sem dúvida, Portugal é neste momento o maior centro difusor de conhecimento e da criatividade sobre Angola. Além das edições os seus arquivos continuam a ser regularmente consultados por angolanos ou estudiosos de várias nacionalidades voltados para a vida angolana, passada ou atual.
Em Angola, a crise financeira fez cair muito as já poucas edições. A Mayamba diminuiu fortemente o seu ritmo e as subvenções de apoio fazem-se raras. No próximo mês vai sair pela Kilombelombe um livro de economia de José Cerqueira, cujo pdf já li e de cujo lançamento em Luanda vou participar.
Vale ainda um foco nos grupos de debate geral angolano do facebook – versão atual das velhas tertúlias – onde aparecem opiniões e aportes importantes nas três áreas citadas no começo e, às vezes também geografia, ainda que ligada à história ou à fotografia.
O conhecimento geográfico em si é uma grande lacuna, mesmo entre os nossos intelectuais e seria de relevo aparecerem pelo menos artigos, comuna por comuna. Com geografia física e humana.
Mas, em quase todas as disciplinas, há um manancial pouco ou nada divulgado. Desde ontem e até fim d mês decorrem as cerimónias de entrega dos diplomas relativos a 2016 da UAN. São mais de 1.700, dos quais 116 mestrados. Tenho uma ideia geral do tipo de conteúdos por ter orientado recentemente dois mestrados e coorientado alguns outros. Muitos têm insuficiências mas a maioria contribui para o conhecimento do país.
Divulgá-los está na logica natural da vida académica. Hoje isso é projeto de baixos custos (ou nenhuns) por e-books. Eu mesmo já publiquei um ebook sobre tema especializado, difícil de colocar em editora de tipo clássico.
Para começar teriamos os trabalhos dos 34 diplomados com melhores notas, que receberam o “canudo” na cerimónia inaugural. Tarefa para as faculdades e outras universidades (penso sobretudo na católica) estão em posição semelhante. Além da difusão do conhecimento nacional, melhoria muito a posição das nossas universidades nos rankings mundiais.