Correu tudo mal

Tenho tido a oportunidade de trabalhar com pessoas de diferentes contextos que se esforçam muito para fazerem a diferença. Fazem planos, traçam objetivos, mas como as coisas não correm como esperavam usam esta expressão: Correu tudo mal!
A título de exemplo, falava com um atleta há uns dias atrás:
Atleta: Para que servem tantos planos e objetivos? As coisas raramente acontecem como planeio…
Eu: Pois… Se acontecessem seria estranho… Queria dizer que consegues prever o futuro. Seria assustador. E secalhar em vez de te dedicares ao desporto, compravas uma bola de cristal e fazias uma pipa de massa!
Gosto de usar o humor quando as pessoas tendem a dramatizar, ajuda-as a perceber os exageros das novelas que fazem.
Há algumas coisas que temos que perceber sobre os planos:
- Não são previsões do futuro, são linhas de orientação para a ação.
- Não são linhas de orientação rígidas, são flexíveis ao longo do tempo no caso de necessidade (o mais provável é que haja necessidade).
- Mesmo quando não correm como esperado já estão a correr bem, porque tão importante como saber o que fazer, é saber o que não fazer.
- É impossível que corra tudo mal, pode é não correr como esperado.
- Valem sempre a pena, porque falhar em planear, é planear falhar.
Viver sem imprevistos é impossível. Viver sem as coisas saírem do que esperamos seria até aborrecido. Se já soubesses o futuro a vida perderia todo o seu sentido. Qualquer pessoa que faz um jogo, joga pela possibilidade de perder. Ninguém joga se souber que vai sempre ganhar, perde o interesse.
Lembra-te disso da próxima vez que “correr tudo mal”.
Até para a semana!