
O volume de depósitos em moeda nacional e estrangeira dos bancos comerciais angolanos sob reserva do Banco Nacional de Angola (BNA) aumentou um por cento entre março e abril, renovando máximos históricos devido às novas regras.
Segundo dados preliminares do BNA sobre o panorama monetário angolano, compilados pela agência Lusa, estas reservas obrigatórias subiram em abril para 1,170 biliões de kwanzas (4.270 milhões de euros), mas já em fevereiro tinham aumentado quase 3% e em março mais 4%.
Em dezembro de 2017, o volume de depósitos em moeda nacional e estrangeira cifrava-se em 1,090 biliões de kwanzas (5.850 milhões de euros, à taxa de câmbio de 31 de dezembro).
Os depósitos em moeda nacional e estrangeira dos bancos comerciais angolanos renovaram em abril o valor mais alto do histórico disponibilizado pelo BNA.
Os bancos comerciais que operam em Angola são obrigados a informar regularmente o banco central sobre estas reservas, que envolvem depósitos e operações com títulos.
Em causa nestes dados estava a obrigatoriedade de os mais de 20 bancos comerciais que operam em Angola constituírem reservas sobre os depósitos à ordem do BNA, que fixou taxas de 15% do total em moeda estrangeira e 30% em moeda nacional.
Já em dezembro de 2017, o banco central reduziu para 21% o coeficiente de reservas obrigatórias aplicadas a depósitos dos clientes dos bancos comerciais, em moeda nacional, uma das medidas com que pretendia travar a subida da inflação, que a um ano ronda os 25%.
Na denominada “reserva bancária” contavam-se no final de abril de 2018 depósitos obrigatórios em moeda estrangeira, que desceram para 147.448 milhões de kwanzas (538 milhões de euros), e em moeda nacional, que neste caso aumentaram, face a março, para 755.191 milhões de kwanzas (2.750 milhões de euros), estando os restantes em regime de reserva livre.
Nos últimos cinco anos – período disponibilizado na análise do BNA -, o valor total mais baixo destas reservas bancárias registou-se em 2012, com 671.325 milhões de kwanzas (5.300 milhões de euros, ao câmbio de então).
Angola vive uma grave crise financeira e económica, decorrente da quebra da cotação do barril de crude no mercado internacional, situação que se reflete ainda na falta de divisas no país, o que dificulta nomeadamente as importações, provocando várias restrições na gestão de moeda estrangeira.