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Detidos activistas dos Direitos Humanos em Cabinda

Um activista dos direitos humanos denunciou que nove outros foram detidos este sábado em Cabinda pela Polícia Nacional, denúncia que, até agora, as forças da ordem não confirmaram a detenção.

Numa mensagem enviada à agência Lusa, o activista José Marcos Mavungo, que pertenceu à antiga organização de direitos humanos Mpalabanda – Associação Cívica de Cabinda (ACC), banida pelo Governo em 2006, os activistas detidos preparavam-se para participar numa manifestação no enclave por ocasião dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Sete dos nove activistas são membros da Associação para a Defesa e Cultura dos Direitos Humanos (ADCDH): Alexandre Kwanga Nsito (presidente), Félix Ngonda Baveca, Celestino Manhito (Artista), João Muanda, José Hilário Gime, Marcos Lúbuca e Pedro Bumba, e os restantes dois cidadãos que fotografavam as detenções.

A agência Lusa tentou contactar fontes policiais e o gabinete do Governador provincial, mas em vão.

Citando os organizadores, José Marcos Mavungo, que esteve detido 14 meses entre 2015 e 2016, acusado de “incitação à rebelião e violência”, absolvido e libertado a 20 de Maio de 2016, indicou que a manifestação foi convocada “por causa do actual clima de interdições em Cabinda”.

“Segundo os organizadores, [a iniciativa] vida também protestar contra a criminalização de manifestações em Cabinda, contra o sequestro de cidadãos e contra a tortura, exigindo o cumprimento da lei e do compromisso assumido para com a Declaração Universal dos Direitos Humanos”, referiu o activista angolano.

“Neste momento, há uma verdadeira caça ao homem, em Cabinda. A polícia está a deter todos os activistas ligados ao ADCHD, na antiga praça das madeiras no bairro Gika”, afirmou.

Segundo Mavungo, Cabinda é “presentemente, o território com mais detenções arbitrárias”.

“O actual Governador de Cabinda [Eugénio Laborinho] recorre à habitual maquinaria de violência como controlo de consciências, repressão física ou psicológica, detenções arbitrárias, ameaças, espia e bufaria dos cidadãos para reprimir toda a contestação ou oposição. Desde a sua nomeação, foram reprimidas todas as tentativas de manifestação e detidos, pelo menos , 66 cidadãos de Cabinda”, indicou.

“Já ninguém se entende, não se chegando a compreender as mudanças que o novo Presidente da República, João Lourenço, está a operar. Só neste mês de Dezembro foram impedidas duas manifestações e detidos pelo menos 12 activistas dos direitos humanos e outros cidadãos”, acrescentou.

Fonte: Lusa.

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