Diário de Viagem

Dia 4: Friedrich Welwitsch realizou uma viagem de exploração botânica por Angola

Neste quarto dia em Viena foi dedicado ao trabalho que um austríaco de seu nome, Friedrich Martin Josef Welwitsch, nascido em 25 de fevereiro de 1806, foi um botânico austríaco conhecido pelo seu trabalho de recolha da flora no século XIX. Graduou-se em medicina em 1834 e doutorou-se em 1836, pela Universidade de Viena.Em 1839 viajou para Portugal ao abrigo de uma bolsa por uma sociedade pública que apoiava viagens de colheitas botânicas, viveu em Portugal entre 1839 e 1853 trabalhando sempre como botânico.
Entre 1853 e 1860 realizou uma viagem de exploração botânica por Angola subsidiada pelo governo português.Em Angola realizou explorações botânicas em Luanda, Cuanza Norte, Malanje, Benguela, Huila e Namibe. Recolheu um total de 8.000 amostras,com 5.000 espécies diferentes. Destas, mais de 1.000 eram espécies novas. A 3 de setembro de 1859, ele encontrou a planta pela qual ficou mais conhecido: a Welwistchia Mirabilis, à qual ele chamou Tombua. Seria o botânico britânico J.D. Hooker a chamar-lhe Welwistchia em sua homenagem. Depois de Angola regressa para Portugal, tendo posteriormente se fixado na Inglaterra onde continuou a trabalhar em investigação botânica. Faleceu na Inglaterra a 20 de outubro de 1872, onde acabou sendo enterrado.
Friedrich Welwitsch é também nome de uma rua em Luanda. O meu trabalho junto da universidade de Viena é o de tentar perceber até que ponto os austríacos conhecem o trabalho dele. Ele terá sido mesmo o austríaco que maior ligação de trabalho e afectiva teve com Angola. Hoje a Welwistchia Mirabilis é uma espécie rara que só se encontra no deserto do Namibe. É também um símbolo nacional. Hoje se Angola tem o nome de Welwistchia é certamente por causa do trabalho de Friedrich Welwitsch. O nome Welwistchia é um nome feminina muito comum em Angola.
Friedrich Welwitsch não é tão notável aqui na Áustria como é em Portugal, Angola e até mesmo na Inglaterra. Mostrei a alguns austríacos imagens da planta e quando disse o seu nome:Welwistchia, grande parte das pessoas não associou ao explorador e botânico austríaco. Penso que do ponto de vista político, diplomático e até cultural, era importante Angola potenciar junto da Áustria e dos austríacos, a figura e trabalho de Friedrich Welwitsch. A criação de um centro de exploração botânica em Angola com o seu nome e parceria científica com a universidade de Viena. Um acordo que teve abrangência também na formação de quadros angolanos na Áustria. A criação de uma Casa Welwistchia em Viena, que seria um ponto de encontro, de troca de experiências e até recolha de fundos para projectos de preservação e conservação da Welwistchia.É preciso tocar na alma e no orgulho dos austríacos, que agora sabendo que existe uma planta rara em Angola que deve o seu nome e descoberta a um cidadão seu podem ter outras abordagens. Angola pode jogar um papel importante na divulgação da figura de Friedrich Welwitsch e do seu trabalho junto da sociedade austríaca. Portugal já o tem feito, no mês de abril, a Sociedade Austro-Portuguesa passou um documentário sobre a vida e obra de Friedrich Welwitsch . Temos de apanhar a carruagem, porque o comboio do conhecimento e do saber está a passar por nós .
Fazer da marca Welwistchia um instrumento de diplomacia pública e através dela promover a imagem de Angola junto de um país com forte tradição cultural e científica. Seria uma forma até de promoção turística, pois certamente muitos austríacos viajariam para o Namibe para ver de perto a planta rara que foi descoberta e que tem o nome de um deles. Se vão até a Namíbia, bem poderia chegar até ao Namibe. Por outro lado seria um reconhecimento ao trabalho de um homem que amou Angola e que dedicou parte da sua vida ao serviço da flora nacional .
Estamos aqui na Mukueba

Deixe o seu comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Botão Voltar ao Topo

Discover more from Vivências Press News

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading