Diamantes: Quota da Odebrecht na Sociedade Mineira de Catoca repartida pelos sócios

O negócio foi desenhado durante um encontro que teve lugar na manhã desta terça-feira, na Rússia, e que envolveu todas as partes com interesses na sociedade que explora a mina de Catoca, onde está localizado o quarto maior kimberlito do mundo.
Esta solução, encontrada depois de os brasileiros da Odebrecht terem informado os sócios de que estavam vendedores da sua posição na Sociedade Mineira de Catoca (SMC), resulta da recusa da Endiama, da Alrosa e da LLI em exercerem o direito de preferência, concordando, no entanto, em ficar com parte dos 16,4% em negociação.
Por decidir, está se os 16,4% da Odebrecht vão ser distribuídos em partes iguais ou se essa partilha será coerente com as respectivas posições na sociedade.
O valor da quota da Odebrecht não é conhecido, mas admite -se no sector que possa superar os 300 milhões de dólares norte-americanos.
A Sociedade Mineira de Catoca, em actividade desde 1997, que, para além da extracção, também faz prospecção e comercializa diamantes, é responsável pela extracção de 75% dos cerca de nove milhões de quilates que Angola produz anualmente e surge em quarto lugar na lista mundial dos maiores kimberlitos, que é a extensão rochosa que liga a área de formação dos diamantes no interior da terra à superfície.
A Endiama é a concessionária e tem 32,8%, a russa Alrosa conta também com 32,8 % e a Lev Leviev International com 18%.
Os processos judiciais que afectam a Odebrecht e os seus administradores no Brasil, no âmbito do escândalo “lava jato”, podem estar por detrás desta pressão vendedora da sua quota na Sociedade Mineira de Catoca, tal como esteve por detrás do ímpeto vendedor na América do Sul e ainda na forma como a empresa saiu de alguns projectos em África, nomeadamente em Angola.
Fonte: Novo Jornal.