
O documentário Sambizanga, de Miguel Augusto “Papy”, que retrata a vida dos munícipes, tem estreia marcada para a próxima quinta-feira, 26, no auditório da paróquia São Paulo, em Luanda, a partir das 16h.
O filme junta depoimentos de algumas figuras emblemáticas e filhos do município do Sambizanga, como Dino Matross, general Mona, Cambowela, Virgílio Neto, e outros munícipes já falecidos.
A etimologia da palavra Sambizanga, a proveniência e traços culturais dos primeiros moradores, ambientes recreativos da época colonial e pós-colonial, e outras vivências integram o conteúdo do documentário com imagens de arquivo que sustentam a narrativa.
Trata-se de uma longa-metragem, a quarta produção de um realizador preocupado com a investigação social para dar o seu contributo no desenvolvimento da cultura nacional. A motivação para realizar Sambizanga surgiu da necessidade de divulgar diversos momentos históricos ocorridos no período colonial, num dos municípios da província de Luanda em que a opressão foi efusiva.
A produção, a cargo da Migusto Produções, teve apoio nas filmagens da TV Sambila, e do produtor Cláudio Pedro Manuel “Dinho”.
A pretensão de Papy é contribuir para o bem da comunidade, “e aonde formos chamados ou sentirmos a necessidade de intervir, faremos sempre de corpo e alma, com grande sentido e responsabilidade patriótica”.
Por outro lado, lamentou o facto de não existirem “incentivos e reconhecimento”. Lembrou o triste episódio que aconteceu quando produzia o seu primeiro filme, Sem Piedade, que culminou com a morte de 2 actores durante a gravação de uma das cenas no Sambizanga. Seguiram-se os filmes Marcas de infância (documentário) e O Rei (ficção).
Sambizanga teve o apoio institucional do então Ministério da Cultura, em 2015, com uma carta de recomendação para obtenção de patrocínio, e da Administração do Distrito Urbano do Sambizanga.
Miguel Correia Augusto “Papy” é natural do Bairro Lixeira, Sambizanga. Filho de João Miguel Augusto e Felizarda Virgílio Correia Augusto, nasceu a 6 de Março de 1978.
Além de professor e realizador é editor de vídeo e presidente da Associação Filhos e Amigos Naturais do Sambizanga (FANS). Fez o curso médio de Educadores Sociais no Instituto de Ciências Religiosas de Angola (ICRA),e concluiu, em 2018, o curso superior de Pedagogia, no Instituto Superior de Angola (ISA).
Em 2003, frequentou o curso de representação em televisão e cinema, três anos depois dedicou-se à encenação teatral e à direcção artística do grupo teatral N’Samuni.