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Elefante é morto e esquartejado por autoridades policiais da Barragem de Cambambe

Um elefante foi morto, esquartejado e a sua carne repartida pelas autoridades policiais destacadas na Barragem de Cambambe, na província do Cuanza-Norte.

Segundo informações oficiais, o elefante terá posto em risco os equipamentos eléctricos da barragem, pelo que “evitar danos maiores”, foi tomada a decisão ao nível superior ( Ministério do Ambiente) para que o animal fosse abatido.

A Vivências Press News ( Vpnews), soube de uma fonte no local , que o elefante permaneceu desde a passada segunda-feira, 16 de Abril no perímetro da Barragem de Cambambe e que o abate do elefante terá ocorrido na quinta-feira da semana passada , 19 de Abril. A mesma fonte refere ainda que o governador da província do Cuanza Norte, José Maria Ferraz dos Santos, terá se deslocado ao local para constatar in loco a situação, foi na sua presença que se terá decidido contactar o Ministério do Ambiente para se encontrar uma solução. Sendo que terá partido do Ministério do Ambiente, a decisão para que o animal fosse abatido. A fonte não confirma a presença do governador durante o abate do elefante.

Uma testemunha ocular confidenciou a Vpnews que o elefante esteve a circular pelo perímetro da barragem durante quatro dias até ser abatido:

” Como foi possível o elefante ter estado a circular aqui em Cambambe durante quatro dias e não se ter procurado outras alternativas que não fosse o abate ? Porque razão não se contactaram especialistas ou técnicos ? Foram efectuados mais de uma centena de disparos para abater o pobre animal. Foi uma decisão errada e que certamente terá consequências” .

Depois da “autorização superior” , o elefante foi abatido pelos efectivos das forças policiais da Barragem de Cambambe, tendo os mesmos efectuado o seu esquartejamento e partilhado entre si a carne, pele, marfim e ossos do animal.

Ouvidos pela VPNEWS, e falando sob anonimato, dois estudantes angolanos , que estão a frequentar um mestrado de Gestão e Políticas Ambientais em Portugal, condenaram a decisão do Ministério do Ambiente e a atitude das forças policiais da Barragem de Cambambe.

” Numa altura em que nos orgulhamos em termos profissionais angolanos a trabalhar com a National Geographic em projectos de biodiversidade, e de protecção à fauna e flora nacional, surge um acto bárbaro como este e com autorização por parte de quem tem a missão de proteger a nossa fauna e flora. Isso não faz sentido”, disse um dos estudantes.

A violação de acordos internacionais de protecção ambiental, o investimento em políticas e meios para protecção das espécies animais, mereceu análise de outro dos formandos angolanos em Portugal:

” Angola assinou acordos internacionais de protecção à fauna e a flora, em particular para proteger os elefantes. Este caso do abate deste elefante só revela que quando tinham a oportunidade de mostrar que cumprem e respeitas tais acordos, as nossas autoridades fazem precisamente o contrário: violam e desrespeitam os compromissos que assumem com organizações internacionais. Um país que se gaba de ter investido 300 milhões de dólares para colocar um satélite no espaço, não tem dinheiro para adquirir tranquilizantes para fazer face à situações do género ? O abate deste elefante poderia ter sido evitado se tivéssemos realmente políticas e meios para proteger os animais. E quando aqueles que abatem animais ainda partilham entre si a sua carne, pele e ossos é muito mais grave . E se voltarem aparecer elefantes na Barragem de Cambambe, a solução será novamente o abate ? Algo está errado”.

A Vpnews soube que até ao momento não houve pronunciamentos públicos sobre o assunto por parte dos responsáveis da Barragem de Cambambe, do Governo da província do Cuanza Norte ou mesmo do Ministério do Ambiente.

Uma outra fonte confirma que o Presidente da República, João Lourenço foi informado do caso, apenas após o abate do elefante e que já terá pedido esclarecimentos sobre o assunto.

3 Comentários

  1. Estou indignado, em que país estamos afinal? só pode ser mesmo no país do “pai banana”. Já não basta os animais que fugiram do nosso país para os nossos vizinhos por causa da guerra? sabem quanto se gastou para importar elefantes do Botswana para por no Parque da Quiçama?
    Não seria melhor procurar alternativas nos parques que temos ?

    Espero medidas pesadas aos responsáveis deste crime.

  2. Os autores desse crime devem ser responsabilizados, cometeram um crime. Nada justifica não terem preservado a sua vida ajudando o elefante a sair da zona deixando-o seguir livremente o seu caminho.

    1. Isso não pode ficar assim eu exijo justiça por este elefante, até agora não ouvi nem li nenhum pronunciamento das autoridades peço justiça a quem de direito.
      Aos fazedores de opinião, famosos especialmente ao mentor deste portal Armindo Laureano.

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