Empresas no Bié com dificuldades financeiras

Pelo menos oito das nove empresas licenciadas para exploração de madeira na província do Bié enfrentam dificuldades para a realização da sua actividade, devido à falta de meios apropriados para o corte e tratamento do produto, disse ontem, no Cuito, o chefe da área técnica e fiscalização do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) no Bié.
Julião da Costa disse que apenas seis empresas pagaram as suas licenças de exploração e outras, por razões financeiras, ficaram sem cumprir com as suas obrigações.
A Cooperativa Wassoliwa foi a única que conseguiu atingir a exploração de 500 metros cúbicos de madeira, cifra atribuída na altura da entrega da licença para a campanha florestal de 2017, que teve o seu início no dia 12 de Junho e termina a 31 de Janeiro.
“O processo de licenciamento está suspenso, uma vez que o IDF está empenhado no processo de controlo e fiscalização das empresas legalizadas na campanha de exploração florestal do ano passado”, disse Julião da Costa que acrescentou que o Bié nunca enfrentou o problema de exploração de madeira por estrangeiros nem trespasse de licença, pois, afirmou, a província não dispõe de capacidade florestal, tal como acontece com as províncias do Cuando Cubango e Moxico. “Temos um número de concessionários limitado, alguns deles conhecem as áreas onde existe maior concentração de madeira, levam-nos até lá e fazemos a vistoria, fiscalizamos o lugar”, sublinhou.
Na campanha florestal 2017, a província conseguiu uma produção de quatro mil toneladas de carvão vegetal e 100 hectares de lenha, que corresponde ao carregamento de 50 camiões. Julião da Costa informou que a nova orientação para a exploração de carvão vegetal prevê que a comercialização deste combustível deve ser feita ao nível de cada província onde é produzido. No ano passado, no Bié foi verificada uma redução significativa no seu fabrico.
Fonte: JA