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Exames de acesso ao MIREX marcados por alguma confusão e desorganização

Os exames de acesso ao concurso público para provimento de vagas no Ministério das Relações Exteriores (MIREX) tiveram início ontem, em Luanda, com alguma confusão e desorganização à mistura, apesar de o secretário-geral daquela instituição e membro da comissão do júri, Agostinho Van-Dúnem, garantir que está tudo na normalidade.

No primeiro dia de provas, que decorrem até ao dia 31 de Maio, cerca de 90 candidatos manifestaram-se descontentes por terem sido impedidos de realizar os exames de acesso .

O Jornal de Angola, constatou ontem, no Instituto de Relações Internacionais “Venâncio de Moura”, na centralidade do Kilamba, que muitos candidatos não tiveram acesso às salas de prova, por motivos vários, desde requerimentos mal preenchidos, documentação não concluída e cópias de Bilhetes de Identidade.

André Tomás Sumbo, candidato a adido diplomático, viu ontem a vida ao avesso por ser privado de fazer o exame, alegadamente, por não reunir os requisitos para o exame de acesso. “Sinto-me aborrecido, porque apresentei toda a documentação e não tinha anomalia”, disse, ameaçando intentar uma acção judicial contra o Ministério das Relações Exteriores.

Enquanto uns reclamam, outros manifestaram satisfação e estão optimistas para encarar a fase final e serem apurados, como é o caso de Dembo Ngunza, candidato a técnico médio de terceira classe, que garantiu que o exame era a acessível.

O secretário-geral do MIREX e membro do júri, Agostinho Van -Dúnem , esclarece o sucedido e garante que os exames de ingresso estão a decorrer com normalidade, conforme mandam os critérios estabelecidos pelo regulamento.

“Das mais de 19.600 inscrições feitas online foram apuradas mais de 11 mil e destas, após apresentação dos documentos físicos só foi possível apurar 4.666 para os exames, após inspecção que concluiu que a maioria eram duvidosos”, disse.

Agostinho Van-Dúnem afirmou que alguns candidatos não tiveram acesso às provas, porque não apresentavam a documentação exigida e os requerimentos não foram bem dirigidos.

Estão disponíveis 119 vagas para o ingresso geral e 34 para o ingresso diplomático. As restantes destinam-se a funcionários do MIREX que já seguem carreira e querem progredir .

Tribunal Supremo recebe pedido de anulação do concurso público realizado pelo MIREX.

A Associação dos Diplomatas de Angola (ADA), entregou no dia 18 de Abril, no Tribunal Supremo, um pedido de suspensão do concurso público lançado recentemente pelo Ministério das Relações Exteriores (MIREX), invocando “graves irregularidades” e interferências das chefias desta estrutura governamental que “prejudicaram gravemente os funcionários em geral”.

A decisão da ADA foi antecedida de um parecer público, apresentado no passado dia 08 de Abril, em que se declarava como uma instituição “parceira do MIREX” e que “no âmbito da cooperação institucional e ajuda na solução dos problemas”, via-se obrigada a fazer “observações importantes sobre as consequências do concurso aberto à luz do despacho com o número 20/GMRE/2019, de 19 de Março de 2019, no concernente a todos os trabalhadores”.

A Associação dos Diplomatas de Angola acelerou o processo de impugnação por constatar que o MIREX estaria a retomar práticas antigas em que os anteriores ministros colocavam “os filhos, os irmãos, os sobrinhos, os primos, genros, noras e pessoas amigas, também filhos de altos dirigentes em categorias superiores e enquadrando mesmo alguns embaixadores, numa clara violação à lei e num total desrespeito pelos seus funcionários”.

Fonte: Jornal de Angola .

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