Exportações: Portugal está a perder terreno em Angola

Portugal não só tem vendido substancialmente menos para Angola, como também tem perdido quota de mercado. Em 2013 a quota de mercado era de 11%, mas, no ano passado, ficou-se nos 8,2% (incluindo bens e serviços), numa tendência de queda registada nos últimos anos .
Nos últimos quatro anos em análise, e só contabilizando as vendas de bens para Angola (a quota de mercado nos serviços também desceu, mas a dos bens foi mais expressiva), estas encolheram 2257 milhões de euros, fruto da crise que atravessa Angola, provocada pela descida do preço do petróleo (iniciada no segundo semestre de 2014).
Como consequência, Angola deixou de ser o quinto principal cliente dos produtos portugueses (sendo ultrapassado por mercados como os Estados Unidos).
No entanto, verifica-se que a quebra nas compras por parte de Angola não foi uniforme, e houve outros mercados que acabaram por ser beneficiados, o que conduziu à descida de quota.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), houve uma subida das compras de produtos fabricados nos Estados Unidos, Bélgica , Coreia do Sul, Alemanha, Tailândia e Rússia. E, apesar de os Estados Unidos serem o terceiro parceiro comercial mais importante de Angola, os crescimentos mais expressivos foram os da Alemanha, Rússia e Coreia do Sul .
Mesmo assim, Portugal posiciona-se como o principal abastecedor de Angola no ano passado, acima da China, já que o gigante asiático não só sofreu também um recuo nas vendas para Angola como este foi ainda mais expressivo.
Em 2015, e pela primeira vez, as empresas chinesas tinham ultrapassado as portugueses (os dois países sofreram quedas mas nesse ano a de Portugal foi muito mais expressiva). Neste caso, uma das explicações apontadas foi a ligação da concessão de crédito por parte de bancos chineses ao uso de produtos e maquinarias para Angola, no âmbito das relações que os dois países têm vindo a aprofundar desde o início do século (e que fazem da China o principal cliente de Angola, à boleia do petróleo comprado por Pequim).
Fonte : PÚBLICO.