Notícias

Figuras portuguesas e angolanas esconderam 300 milhões de dólares na Suíça

Os clientes portugueses e angolanos da gestora de fortunas suíça Akoya, que está a ser investigada no caso ” Monte Branco” , terão escondido às Finanças de Portugal e de Angola cerca de 300 milhões de dólares , noticiou este domingo o Correio da Manhã.

” Quando a Akoya acabou, eu penso que devia ter à volta de 300 milhões de dólares de activos sob gestão ( cerca de 250 milhões de euros), disse o fundador da Akoya, numa audição no Departamento Central de Investigação e Ação Central ( DCIAP), que aconteceu em janeiro.

Hélder Bataglia, constituído arguido neste processo, revelou à justiça portuguesa que ” a maioria dos fundos tinha origem em Portugal ” , de acordo com o Correio da Manhã, que cita o interrogatório que consta nos autos da designada ” Operação Marquês “. A Akoya, que fechou as portas em maio de 2012, teria mais de 10 mil clientes e o património que geria estaria depositado no Crédit Suisse.

Segundo o matutino, entre os clientes da Akoya encontram-se personalidades como Ricardo Salgado, Hélder Bataglia, Álvaro Sobrinho, Luís Horta e Costa, Duarte Lima, Manuel Vilarinho e Pedro Ferreira Neto.

” Os mesmos gestores da Akoya procuraram garantir o apoio de terceiros a Portugal de forma a proporcionar aos seus clientes a disponibilização, em Portugal, de quantias em numerário, sem que na mesma fosse lançada uma operação de levantamento de fundos por caixa, o que sabiam poder atrair a atenção das autoridades daquele país “, refere o DCIAP, em citações divulgadas pelo Correio da Manhã.

Ricardo Salgado recebeu 17 milhões de dólares do BESA.

Ricardo Salgado recebeu entre 2009 e 2011 , recebeu 17 milhões de dólares com origem no BESA. O dinheiro entrou numa conta na Suíça da Savoices, offshore do ex-líder do Grupo Espírito Santo ( GES) e do BES.

Os extratos bancários da Savoices, que estão nos autos da “Operação Marquês “, revelam que esta offshore recebeu, de 2009 a 2011, seus transferências do BESA, no total de quase 17,5 milhões de dólares. Os documentos indicam as datas das operações do BESA para a Savoices: duas em 2009 (dezembro), no total de quase 7,2 milhões de dólares; uma em 2010 (janeiro), no valor de 2,79 milhões de dólares; e três em 2011 ( março, junho e julho), no total de 7,47 milhões de dólares.

Quando foi ouvido pelo DCIAP no caso “Monte Branco “, em dezembro de 2012, Ricardo Salgado negou ter recebido comissões de negócios. E disse que o dinheiro com origem no BESA foi uma compensação do empresário português José Guilherme, a título de liberalidade, pela ajuda e facilitação de negócios em Angola.

O DCIAP considerou a justificação “escassa”, por Ricardo Salgado não ter explicado de forma cabal os fluxos financeiros. Ouvido de novo em julho de 2014, terá reafirmado: ” para mim, os recursos que eu recebi do BESA vêm todos do Zé Guilherme .”

Álvaro Sobrinho pediu coordenadas para enviar ” o pacote .”

Álvaro Sobrinho, ex-presidente do BESA, foi apanhado nas escutas telefónicas do caso ” Monte Branco “. Em conversa com Nicolas Figueiredo, funcionário da Akoya que geria a fortuna de Ricardo Salgado, disse :

” Olha, dá-me lá as coordenadas da Savoices na Suíça, para eu lhe mandar o pacote”. A frase foi lida a Ricardo Salgado no interrogatório em julho de 2014, que está nos autos da ” Operação Marquês “. Ricardo Salgado disse que não sabia desses detalhes.

O BESA terá concedido 6,8 mil milhões de dólares a destinatários desconhecidos. Este é um dos casos investigados pelo DCIAP no Universo GES.

Fonte : Correio da Manhã, Jornal Económico.

Deixe o seu comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Botão Voltar ao Topo

Discover more from Vivências Press News

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading