
Mário de Zamaroczy, que se encontra em Luanda pela terceira vez desde que assumiu o cargo no início do verão, falava à imprensa no final de um encontro que manteve com representantes dos líderes dos grupos parlamentares.
O responsável avançou que chegaram a acordo “em grande parte das medidas”, o FMI e o Governo de Angola, havendo ainda “pequenos pontos” por acertar.
“Eu não posso entrar em grandes detalhes neste momento, mas tenho confiança que iremos conseguir chegar a bom porto nesse acordo. As discussões estão em curso”, disse Mário de Zamaroczy.
Esta é a segunda negociação com as autoridades angolanas, desde Agosto, sobre o programa de apoio solicitado ao FMI.
“Estas negociações resultam de um pedido das autoridades possivelmente de um programa de apoio e de assistência técnica e de apoio financeiro por parte do FMI. Tivemos discussões muito frutuosas durante estas duas missões. E realizamos grandes progressos em perceber a situação económica e financeira e na identificação de medidas para fazer face aos desafios económicos e financeiros que o país atravessa”, frisou.
Segundo Mário de Zamaroczy, as discussões são focadas nas questões principais que enfrentam o programa e o país, incluindo a questão fiscal da taxa de câmbio e estrutural que o país enfrenta.
De acordo ainda com o responsável do FMI, as autoridades angolanas encontram-se já a implementar uma série de políticas e de iniciativas “muito adequadas”, salientando que houve já negociações relativamente a 2019 e que foram acordadas medidas e projecções para o próximo ano.
“Estamos bastante alinhados no que toca àquilo que tem de ser feito entre agora e até ao fim do ano, bem como para o próximo, para estabilizar a economia e relançar o crescimento”, salientou.
Sobre o encontro com os deputados angolanos, Mário de Zamaroczy considerou importante para ouvir, além do executivo, a parte do legislativo e representantes do povo .
A 25 de Setembro último, o Ministério das Finanças indicou que chegaria, no dia seguinte, uma nova missão do FMI a Angola para dar início às negociações para a aplicação do Programa de Financiamento Ampliado (EFF-Extended Fund Facility), previsto para Outubro.
No comunicado, o Ministério das Finanças referiu que a missão do FMI permaneceria até hoje no país .
As razões do adiamento do fim da missão não foram esclarecidas.
A 20 de Agosto, num comunicado, o Ministério das Finanças indicou ter solicitado ” o ajustamento do programa de apoio do FMI, adicionando-se uma componente de financiamento” na missão que a instituição financeira efectuou a Luanda entre 01 e 14 do mesmo mês .
Angola pretende obter um empréstimo de 4,5 mil milhões de dólares (3,85 milhões de euros), repartidos em três em três tranches iguais ao longo de outros tantos anos.
Fonte: Lusa