
O anúncio foi feito por João Lourenço na abertura da Conferência das Câmaras de Comércio e Indústria angolanas, que se realizou ontem em Luanda.
Sem avançar as condições de pagamento, João Lourenço disse que será dada prioridade aos projectos privados nos ramos da indústria transformadora, agropecuária e pescas.
Segundo o Presidente da República, a linha de financiamento visa garantir que as empresas obtenham sucesso, bem como maior oferta de bens, serviços e emprego para a população, além de apoiar a classe empresarial, a banca comercial e os cidadãos.
“Apelamos ao maior rigor na utilização dos fundos. Cuidaremos que sejam aprovados mais projectos, bem estruturados e alinhados com o Plano de Desenvolvimento Nacional (2017- 2022). Exigiremos toda a seriedade na análise das propostas e todas o cuidado no desembolso e na fiscalização na sua implementação”, disse João Lourenço.
O chefe de Estado angolano lembrou que o país está a fazer “um esforço grande” na construção e recuperação de infraestruturas, como estradas, aproveitamentos hidroelétricos, pontes, portos, aeroportos, estabelecimentos de ensino e hospitalares, “quase sempre com recurso a linhas de crédito negociadas com países com quem Angola mantém salutares relações de amizade e de cooperação”.
“Na generalidade, podemos considerar que o benefício é reciprocamente vantajoso, porquanto, do lado de Angola, ficamos com essas infraestruturas ao serviço da economia e dos cidadãos, contribuindo para o desenvolvimento económico e social do país. Por outro lado, aumenta a nossa dívida externa perante os credores, sendo prudente e aconselhável mantê-la em níveis sustentáveis”, referiu.
João Lourenço realçou que a banca nacional, “por razões de diversa ordem, que importam ultrapassar o quanto antes, não tem estado à altura de satisfazer” as necessidades do sector empresarial privado angolano na disponibilização dos créditos comerciais para a execução dos seus projectos .
O Presidente da República recordou que o país, face à conjuntura internacional, teve as suas condições financeiras deterioradas “de modo significativo” a partir de 2014.
Esse “facto gerou uma dificuldade de liquidação de operações em moeda estrangeira e dos compromissos decorrentes da execução do Orçamento Geral do Estado, o que fez aumentar as dívidas do Estado para com as empresas nacionais e estrangeiros”, lembrou.
Para fazer face à situação, o Executivo angolano está a implementar o processo de certificação e validação de dívidas , estando já os atrasados de empresas nacionais e estrangeiras a serem regularizados de forma gradual, enquanto outras negoceiam os moldes de pagamento da dívida, “com a perspectiva de que seja saldada tão cedo o quanto possível”.
Fonte: Lusa.