
O ministro das Relações Exteriores, Manuel Domingos Augusto, afirmou, esta segunda-feira, que Portugal “está muito solidário com o que se passa em Angola”, numa referência directa à decisão da justiça angolana em arrestar preventivamente as contas bancárias e bens de Isabel dos Santos, do seu marido Sindika Dokolo e do seu gestor de confiança, Mário da Silva.
À margem do Seminário Diplomático 2020, em Lisboa, o governante angolano reafirmou laços de amizade e cooperação entre os dois países, tendo em vista o que classificou como as “reformas e combates que o Executivo angolano elegeu como fundamentais para o futuro do país”.
“Portugal, como país com quem temos relações especiais, tem também, por inerência, responsabilidades e obrigações especiais, que felizmente para nós têm sido assumidas de forma pragmática e aberta”, referiu.
O chefe da diplomacia angolana assumiu que a repatriação e recuperação coerciva de bens “mal adquiridos” é uma prioridade para o Executivo de João Lourenço e um plano para continuar “até que os objectivos sejam alcançados”. “Não é um acto isolado, nem dirigido a ninguém em particular, mas a todos aqueles que não aderiram à possibilidade que o Estado deu quando estabeleceu a primeira lei do repatriamento voluntário”, explicou.
Manuel Augusto aproveitou a presença na capital portuguesa para reunir-se com o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, a quem pediu para que Portugal “continue a apoiar Angola nesse combate”. Segundo o governante, o país quer assumir-se definitivamente como “um parceiro transparente, onde o ambiente de negócios corresponda ao standard internacional “. “Esta fase de luta contra a corrupção é absolutamente necessária”, disse, acrescentando que é isso que os responsáveis estão “determinados a fazer”, contando “com o apoio de países amigos como Portugal”.
No mesmo evento, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, reforçou que “a cooperação entre Portugal e Angola” vai continuar a “estender-se a todos os domínios”.
Apesar de não querer comentar o caso de Isabel dos Santos, o governante português adiantou que “é hoje público e notório que essa cooperação existe, funciona e tem produzido resultados”.
Fonte: Jornal i.