
O Reino Unido já está a emitir passaportes sem as palavras “União Europeia”, mesmo que o país ainda não tenha concretizado o Brexit e se mantenha membro da comunidade, noticia o The Guardian.
Ao começar esta semana a retirar a referência à União Europeia dos documentos, o Governo britânico revela assim que assumia que o Brexit se concretizaria a 29 de Março.
Susan Hindle Barone, que foi uma das primeiras cidadãs britânicas a receber o novo passaporte não escondeu a surpresa em declarações ao jornal britânico.
“Estou chocada porque ainda não deixámos a União Europeia. Assumi que iria ter o mesmo velho passaporte. Não é tanto isso que está em causa, mas é o primeiro sinal tangível de deixarmos a UE”, afirmou.
No Twitter colocou a imagem do novo e do antigo passaporte e escreveu : “descubra a diferença”.
O Ministério do Interior emitiu entretanto um comunicado onde explica que a remoção das palavras “União Europeia” e faz parte de um processo de redesenho dos passaportes , em duas fases, que culminará com a reemissão dos antigos passaportes britânicos azuis no final de 2019.
“Os passaportes que incluem as palavras ‘União Europeia ‘ continuarão a ser emitidos por um curto período após essa data. Não haverá escolha entre obter um passaporte que inclua as palavras ‘União Europeia’ ou um passaporte que não inclua”. E acrescenta que, depois do Reino Unido deixar a UE, não serão emitidos passaportes com essa designação.
A nota faz também questão de esclarecer que “não haverá diferença entre os cidadãos britânicos, quer usem um passaporte que inclua as palavras ‘União Europeia’ ou um passaporte que não inclua as palavras ‘União Europeia’. Ambos serão igualmente válidos para viajar”.
O Ministério do Interior explica que o uso das palavras “União Europeia” no documento faz parte da política europeia, sem, contudo, ser vinculativa .
A decisão de recuperar o antigo passaporte britânico azul foi uma promessa do Governo britânico para retomar o controlo nas eleições de 2017. O então ministro da Emigração Brandon Lewis disse que estava muito satisfeito pelo país regressar ao design icónico azul e dourado, usado há quase um século.
Fonte: DN.