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Guiné Equatorial está a organizar visita de Teodoro Obiang a Portugal

“Estou a organizar uma visita a Portugal. E, possivelmente, quando visitar Portugal, farei uma visita a Fátima. Está a ser tratado pela via diplomática”, afirmou Obiang, em entrevista à agência Lusa em Malabo.

A Guiné Equatorial é um país de maioria católica numa sub-região de forte presença muçulmana e aderiu à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 2014.

Em Portugal, forças políticas e organizações da sociedade civil têm criticado a adesão da Guiné-Equatorial à organização, acusando o Governo de Malabo de várias violações de direitos humanos e de bloquear a acção dos opositores.

A adesão à CPLP foi justificada por Obiang com a ligação da Guiné-Equatorial aos países africanos de expressão portuguesa.

Colónia portuguesa até 1777, data em que foi entregue à coroa espanhola por troca na normalização das fronteiras do Brasil, a Guiné Equatorial é o único país africano que tem o espanhol como principal idioma e as ligações históricas e geográficas com São Tomé e Príncipe, em particular, são evidentes.

A segunda primeira-dama de Obiang é são -tomense e as duas ilhas que compõem São Tomé e Príncipe são limitadas a norte e a sul pelas ilhas equato-guineenses de Bioko e Ano Bom.

“A CPLP é um movimento cultural e eu tenho vizinhos que são de expressão portuguesa: tenho São Tomé tão perto, tenho afinidades com Guiné-Bissau e Cabo Verde. Tenho laços com Angola e Moçambique. São laços culturais que temos como esses países que nos fizeram entrar na dinâmica da CPLP.

Quanto a Portugal, o Presidente equato-guineense recordou que a herança portuguesa foi afectada pela colonização espanhola.

“Portugal tinha importantes recursos económicos na Guiné Equatorial. Tinha grandes roças, grandes quintas, mas a colonização espanhola não facilitou para que pudessem continuar a investir na Guiné Equatorial “, salientou.

Por isso, hoje, é preciso “recuperar a herança portuguesa”, disse, recordando que ” foi Portugal que descobriu a ilha de Fernão Pó e lhe deu o nome”.

“Nós temos origens na civilização portuguesa e o nosso desejo é voltar à velha cultura que tivemos antigamente”, procurando “aderir e entrar na dinâmica e cultura portuguesa”, disse, justificando também deste modo a entrada na CPLP.

Entre os esforços do Governo equato-guineense, Obiang salientou que “está a aprender -se o português” no país, sem esclarecer o número de alunos.

Por outro lado, a “rádio e televisão estão a difundir notícias em português. A pouco e pouco estamos a entrar na cultura portuguesa”, resumiu.

Fonte: Lusa

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