Cronistas

Hora de parar

Sabes aquele emprego que já não cumpre os teus objetivos? Sabes aquele lugar que já não se enquadra com os teus valores? Sabes aquela relação que já não te faz feliz? É hora de parar!

“Que horror Nádia! Que raio de conselho é esse? Onde está o lado positivo? Onde está o sermão de que tudo é possível? Toda a gente me diz para ter esperança que as coisas vão melhorar e tu dizes-me para desistir?”

Existe uma grande diferença entre desistir, e tomar uma decisão:
– É desisto quando, ainda defendendo com unhas e dentes que quero a recompensa que vem depois do esforço, afasto-me devido ao preço que tenho que pagar.
– É uma decisão de parar quando, mesmo que o esforço já não seja tão grande, aquilo pelo que eu estou a lutar já não me faz sentido.

Temos muita tendência de entrar em rotinas e de construir hábitos onde nos sintamos confortáveis, e às vezes esses hábitos são tão fortes e rotineiros, que eu nem sei exatamente porque estou a fazer o que faço, simplesmente faço. Mesmo sabendo que algo naquilo já não me agrada. Pode um emprego, uma relação de amizade ou amorosa, um lugar, ou outra coisa qualquer…

Por vezes a vida passa e nós mudamos, e essas coisas ficam iguais. Não quer dizer que em determinado tempo, esse emprego, pessoa ou lugar, não tenha tido o seu sentido. Claro que teve. Teve a sua importância, até para o nosso crescimento e para que as experiências nos ensinem. Mas há coisas que, por vezes, já nos fazem mais mal, do que bem.

Nesse caso, ao contrário do que tantas vezes se fala, não é preciso ter força para continuar, para perseverar, para insistir… É hora de reunir forças para parar. Parar também é uma decisão legitima, quando é congruente com o que tens dentro de ti: os teus valores, princípios, objetivos e intenções.

O que acontece muitas vezes é que ficamos com medo de abrir mão de alguma coisa que teve na nossa vida tanto tempo. Porquê? Porque aquilo, por muito que não fosse exatamente o que eu queria, pelo menos já era terreno conhecido, e agora, ao tomar esta decisão, vou ter que partir para o desconhecido, e muitas vezes começar tudo de novo, não é? Não!! Claro que não começas tudo de novo! Tu continuas com a tua vida, e trazes tudo o que aprendeste contigo. Nada se começa do zero, tens experiências, feedbacks e uma bagagem que não tinhas antes.

Só uma nota, isto não se aplica a casos em que sabes que no teu emprego não estás a dar o teu melhor, ou no caso de numa relação não estares a saber estabelecer compromissos. Isto aplica-se a casos em que, já tendo dado tudo de ti, e estando continuamente a ser honestamente diligente, vês que aquilo que ao início te movia, já não te move. Quando isso realmente acontece, é hora de partir para outra, que se enquadre com a nova pessoa em que te transformaste.

Faz parte da evolução e do desenvolvimento do ser humano. Precisamos de segurança e de rotina, mas também precisamos de variedade e de crescimento. O equilíbrio entre esses dois é o que faz com que conquistes ao crescer, e que estabeleças ao conquistar. Um sem o outro pode fazer com que percas constantemente o que conquistas porque não estabeleces, ou porque não desenvolves e acabas por atrofiar as tuas conquistas.

Se acabaste de conquistar estabelece, mas se estás estabelecido, e dentro de ti, sabes que queres mais, já não estás estabelecido, estás acomodado. É hora de parar, e partir para outra conquista. Vais ver que aquilo que até parece ser motivo para medo, vai ser um desafio divertido!

Até para a semana!

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