
O Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR) confirmou, recentemente, a liderança do bispo Valente Bizerra Luís na Comissão de Reforma da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
Em carta endereçada àquela instituição religiosa, a 17 de Novembro último, o INAR declara que, para efeitos de legalidade da liderança da IURD Angola, é suficiente o Diário da República, III Série, número 129, de 26 de Novembro de 2020. Deste boletim oficial do Estado consta a Acta da Assembleia-geral Extraordinária, de 24 de Junho, e o Termo de Certificação de outros factos, emitido pelo quarto Cartório Notarial de Luanda.
O Diário da República confirma a eleição dos representantes da IURD Angola e confere poderes ao coordenador da Comissão de Reforma, Valente Bizerra Luís, para representar a Igreja de origem brasileira em Angola.
Conforme o documento a que a Vivências Press News teve acesso, o conselho consultivo é integrado pelos bispos, pastores, obreiros e membros da Igreja, subscritores do memorando da criação da comissão de reforma. A publicação oficial refere que Valente Bizerra Luís tem a incumbência de representar a Igreja nos vários organismos estatais, associações civis, públicas e privadas, bem como negociar, receber bens, meios e serviços conexos.
O bispo Felner Batalha disse que a nova direcção da IURD já funciona desde o dia 24 de Junho do corrente ano, desde a deliberação da Assembleia-Geral a anotação do INAR veio dar outra dinâmica à decisão. O bispo afirmou que a direcção liderada por Valente Luís está a tentar mostrar à Procuradoria-Geral da República (PGR) que as pessoas que praticaram os crimes estão bem identificadas e que a Igreja não pode ser prejudicada.
“Somos de opinião que o processo deve correr o seu processo normal, mas, enquanto isso, a Igreja deve voltar a ter os seus cultos de forma normal. Estamos a argumentar isso e acho que vamos ter êxitos”, vaticinou.
O assessor para os Assuntos Eclesiásticos e Institucionais disse que a liderança reformista está a fazer um levantamento do património da Igreja e a arcar com todos os activos e passivos por serem da obrigação das instituições independente da liderança. Importa realçar que a crise na IURD resultou de profundas divergências entre pastores e bispos angolanos e brasileiros sobre a gestão da instituição, com queixas de humilhações, injustiças e discriminação contra os angolanos.
Das acusações constam ainda a proibição de as mulheres de pastores terem acesso a formação académico-científica e técnico-profissional, a evasão de divisas e a vasectomia dos religiosos.