Isabel dos Santos “carrega” compromisso com Portugal

À grande e à angolana. O complexo industrial da Efacec na Maia engalanou-se, esta segunda-feira, 5 de fevereiro, para receber a sua “accionista maioritária”, como foi sempre formalmente tratada durante a cerimónia de inauguração da nova unidade de mobilidade eléctrica da empresa. E a preocupação em manter os jornalistas afastados de Isabel dos Santos era indisfarçável.
Acompanhada do marido, Sindika Dokolo, e do ministro da Economia, Caldeira Cabral, a empresária angolana chegou sorridente naquela que foi a sua primeira presença num evento em Portugal após a sua exoneração de funções na Sonangol pelo sucessor do pai à frente da presidência de Angola .
Indisponível para prestar declarações à comunicação social portuguesa, limitou-se a uma curta intervenção na sessão de inauguração. Descrevendo a Efacec como “uma empresa repleta de história e de tradição “, mas que “continua a estar à frente do seu tempo e a estar primeiro onde os outros não estão “, a empresária angolana fez rasgados elogios ao país .
” Para alguns, Portugal é conhecido pelo seu excelente turismo e agricultura, mas Portugal é muito mais, Portugal é um país de inovação e é hoje líder mundial num dos segmentos mais sofisticados e que ditará uma nova forma de encarar o consumo de energia: a produção de carregadores rápidos e ultra-rápidos para veículos eléctricos” sustentou Isabel dos Santos .
A nova unidade industrial da Efacec, que resultou de um investimento de 2,5 milhões de euros, vai permitir aumentar a capacidade anual de produção deste tipo de carregadores, sendo objectivo da empresa triplicar o peso deste negócio no seu volume de vendas, para chegar perto dos 100 milhões de euros em três anos .
” Pretendemos ser um empregador de referência em Portugal, formando quadros capazes de levar as suas competências a qualquer canto do mundo e acolhendo também aqui os melhores talentos internacionais “, afirmou a accionista maioritária da Efacec.
Isabel dos Santos chegou à Efacec no final de 2015, ano em que a empresa teve mais de 90 milhões de euros de prejuízos, e tudo mudou. “2016 foi o ano da estabilização; 2017, o da consolidação”, afirmou o CEO Ângelo Ramalho, adiantando que o grupo alcançou “um resultado melhor em 2017” face aos 4,3 milhões de euros de lucros obtidos no ano anterior. Já em termos de facturação, a cifra atingida no último exercício foi “ligeiramente superior ” aos 431,5 milhões de euros registados em 2016. “Em termos de carteira de encomendas, que no final de 2015 era de 300 milhões de euros e no final de 2016 chegava aos 400 milhões, houve um crescimento muito forte em 2017”, garantiu o gestor.
Fonte: Jornal de Negócios.