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Isabel dos Santos e mais quatro empresários portugueses constituídos arguidos em Angola

O procurador-geral da República, Hélder Pitta Grós, anunciou aos jornalistas que a filha do ex-Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, foi constituída arguida, adiantando que a colaboração com as autoridades foi escassa: “Na prática nada aconteceu, por isso não podemos confirmar que ela esteja disposta ou não a negociar, o quê e em que termos. Era necessário que fosse mais explícita caso seja a sua vontade.”

Além de Isabel dos Santos, são também arguidos Sarju Raikundalia, ex-administrador financeiro da Sonangol, Mário Leite da Silva, gestor da empresária e presidente do conselho de administração do Banco de Fomento Angola (BFA), Paula Oliveira, amiga de Isabel dos Santos, e Nuno Ribeiro da Cunha, director do EuroBic.

Segundo o procurador-geral da República, todos os arguidos se encontram fora de Angola. “Neste momento, a preocupação é notificar e fazer com que venham voluntariamente à justiça”, disse Hélder Pitt Grós, adiantando que, se não conseguir o objectivo, a Procuradoria-Geral da República irá recorrer aos instrumentos legais ao seu dispor, entre os quais a emissão de mandados de captura internacionais.

Sobre se há outros casos a serem investigados antes da gestão de Isabel dos Santos na Sonangol, o PGR disse que sim mas em menor proporção. “Temos processos de situações anteriores a Isabel dos Santos, há processos em curso e estamos a trabalhar neles e assim que forem concluídos saberemos se temos, ou não, matéria suficiente criminal para procedermos à acusação e levar a tribunal”, salientou.

Isabel dos Santos, foi visada pelo Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ), que revelou, no domingo, mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de “Luanda Leaks”, que detalham esquemas financeiros usados por si e pelo marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais. Segundo os documentos, Isabel dos Santos e Sindika Dokolo têm participações accionistas de empresas e bens em países como Angola, Portugal, Reino Unido, Dubai e Mónaco.

A empresária angolana disse estar a ser vítima de um ataque político orquestrado para a neutralizar e sustentou que as alegações feitas contra si são “completamente infundadas”, prometendo “lutar nos tribunais internacionais” para “ repor a verdade”.

Fonte: JN

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