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Isabel dos Santos nega ter sido cliente de bancos norte-americanos

A empresária angolana Isabel dos Santos reagiu na passada segunda-feira, 21, às notícias que a envolvem na mais recente investigação do Consórcio Internacional, de Jornalistas de Investigação (ICIJ), que desnuda uma rede global dos maiores bancos mundiais ao serviço da lavagem de dinheiro de actividades criminosas nos EUA, negando que alguma tenha sido cliente de qualquer banco naquele país. 

No comunicado divulgado pelos seus serviços de assessoria de imprensa a que a Vivências Press News teve acesso, Isabel dos Santos diz que, “em função do que está a ser falsamente divulgado em vários órgãos de comunicação social” esclarece que tanto ela como as suas empresas “nunca foram clientes de nenhum banco norte-americano”. 

“É completamente falso e difamatório” que um banco norte-americano a tenha ajudado “em transferências associadas à sua família e ao Estado angolano”, aponta o documento. 

“Na qualidade de banco correspondente do banco BFA/BPI, o JPMorgan realiza pedidos de compliance regulares, solicitando informações sobre várias transacções e de vários clientes do banco, o que é absolutamente normal”, esclarece

“Em 2013, os pedidos de informação adicionais que suportavam estas transacções foram solicitados pelos bancos e pelo supervisor e foram devidamente prestados. Foi, ademais, verificado que não existia nenhuma situação anómala nem nenhuma irregularidade e que se tratava de pagamentos efectuados no âmbito de actividades comerciais ordinárias e correntes”, sublinha-se no comunicado. 

O documento indica ainda que Isabel dos Santos “nunca fez transferências associadas ‘à sua família’, sendo esta alegação falsa e difamatória” e que Isabel dos Santos é uma “empresária independente”, não existindo “nenhuma associação entre os seus negócios e a sua família” porque só representa os seus “interesses próprios e de mais ninguém”. 

“Este esquema de lançar notícias e suspeitas” para “destruir” Isabel dos Santos e as suas empresas foi “transformado numa arma de vingança e de acerto de contas”, avança a empresária através da sua assessoria de imprensa.

“As transacções financeiras relatadas nos artigos jornalísticos são de 2013, ou seja, ocorreram há mais de sete anos. Esta informação é regurgitada e requentada e faz parte da campanha difamatória que continua a ser alimentada por aqueles que viram os seus rendimentos ilegítimos cortados na Sonangol” quando Isabel dos Santos ocupou o cargo de PCA, de Junho de 2016 a Novembro de 2017. 

O documento garante ainda que quer Isabel dos Santos quer o marido, Sindika Dokolo, “não fazem parte de qualquer esquema ilegal e/ou ilegítimo de circulação de fundos no sistema bancário internacional ou norte-americano” e que “é clara a intenção de provocar danos reputacionais, pelo que se refuta estas falsidades e estas notícias regurgitadas e sem fundamento”. 

A empresária angolana Isabel dos Santos está entre os milhares de indivíduos e organizações que constam dos cerca de 2.500 relatórios bancários que apontam, embora sem estar provado qualquer ilícito, para o envolvimento de alguns dos maiores bancos mundiais em actividades criminosas de branqueamento de capitais transferidos ilicitamente para os Estados Unidos da América. 

Denominada FinCEN Files, esta é a mais recente investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) que, a partir de milhares de ficheiros obtidos pelo BuzzFeed News, site de notícias e entretenimento norte-americano, começou recentemente a revelar uma intrincada teia de alegada criminalidade ligada a organizações criminosas globais e alguns dos maiores bancos do mundo, como o JP Morgan, o HSBC ou o Deutsche Bank, que, entre outros, estarão envolvidos na lavagem de milhões provenientes da corrupção, peculato, tráficos de vária ordem, roubo. 

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