
Isabel dos Santos esteve no Parlamento Europeu, em Bruxelas, a discutir o papel da tecnologia no futuro da economia em África. A oradora convidada a discursar na Africa Summit 2019 defendeu o desenvolvimento tecnológico aplicado à diversificação e ao crescimento de diversas áreas no continente.
Enquanto a maior parte do mundo já se tornou digital, Isabel dos Santos revela que é um desafio saber como África se vai tornar digital no futuro.
“Para sermos competitivos temos de usar tecnologia e temos, acima de tudo, que educar a população para que saiba utilizar essa tecnologia” disse a empresária angolana.
Ainda na cimeira que decorreu durante o dia de hoje em Bruxelas, durante o tema “África e Tecnologia Emergente”, a presidente da Unitel referiu “a próxima revolução em África será a digital”, depois de a última ter sido a das telecomunicações móveis. Apesar de muitos africanos não terem conta num banco, a empresária afirma que muitos deles terão a sua primeira conta a partir da banca digital e que ” haverá mais vendas e transacções por comércio digital do que nas lojas tradicionais”.
Apesar dos cidadãos africanos não terem grandes posses, sublinhou, a empresária angolana diz que o planeamento urbano constitui um desafio tecnológico sendo fundamental aplicar a tecnologia nesta área. “Transportes públicos com conforto, segurança e a preços acessíveis representam, ainda, uma questão sem solução na maior parte das cidades africanas”.
A empresária angolana dá o exemplo do sector agrícola, ao dizer que para África ter um sector de agricultura competitivo, deve apostar em tecnologia de ponta ou em tecnologia que permita a optimização de custos mas que para isso as populações precisam de deixar de ter medo dos novos conceitos.
No entanto, refere a importância na qualidade da educação para o desenvolvimento e crescimento das nações emergentes e revela que para se apostar neste tipo de desenvolvimento tecnológico e educativo “existem questões fulcrais, como a estabilidade e continuidade do quadro legal, na atracção de investimento e a criação de emprego. Estas são medidas importantes que os governantes dos vários países africanos devem ter em conta para que o continente se torne apelativo”, afirmou.
Durante o seu discurso destacou, ainda, a importância de apoiar pequenas empresas e da promoção que deve existir para a produção local, pois dessa forma há a criação de maiores oportunidades para a população e contribui-se para as suas necessidades e para o bem-estar.
Fonte: Jornal Económico.