Cronistas

Libertemo-nos…Libertem-no

A nossa vida é feita de escolhas e as escolhas são presididas pelo conjunto de valores, necessidades, ilusões e/ou convicções que temos ou, em não muito raras vezes, elas são o resultado daquilo que os outros nos propõem e/ou iludem ser o melhor. Em muitas ocasiões ficamos presos nelas.

Os tempos que correm exigem coragem, atitude, desapego e uma revisitação interior, material e social da nossa forma de ser e estar. Por isso é necessário libertarmo-nos dos fardos, das ilusões e dos vícios que o “estado da arte do viver angolano” e em Angola nos “impõe” e só com esta opção seremos verdadeiramente livres e em liberdade poderemos contribuir com o nosso saber e labor para reerguermos uma nova Angola, o que implica MUDANÇA, logo para MUDARMOS O ESTADO ACTUAL DAS COISAS COMO PESSOAS OU COMO MEMBROS ACTIVOS DA SOCIEDADE, NÃO PODEMOS CONTINUAR A FAZER AS MESMAS COISAS E DO MESMO JEITO QUE AS VIMOS FAZENDO, sob pena de chegarmos a lugar nenhum e 365 ou 1825 dias depois continuarmos na mesmice.

Por isso a LIBERDADE deve ser o slogan. Libertemo-nos da mediocridade da acção voltada apenas para o nosso umbigo ou cubículo, libertemo-nos da falta de pragmatismo, da mesquinha atitude de falar mais e fazer pouco, da mania de perseguição, libertemo-nos de vivermos com uma estrutura de custo superior ao nosso ganho mensal, de investirmos na aparência e frequentar lugares pelo simples facto de outros os frequentarem, da miopia como vemos a sociedade e como infringimos em nós próprios a censura, com medo de perdermos o que nunca tivemos e ninguém prometeu ou assegurou, libertemo-nos de vender falsas esperanças quando sabemos que não estamos em condições de satisfaze-la, de fingirmos que somos profissionais de sucesso e de possuirmos uma network com gente de todos os quadrantes, quando a nossa produtividade é medíocre, libertemo-nos da qualidade de meros reprodutores do que fulano ou sicrano disseram ou passarmos um atestado de incompetência à realidade fingindo que ela não é como se apresenta ou de ficarmos envoltos num COMPLEXO DE INFERIRORIDADE doentio com falsas oportunidades de todos termos as mesmas possibilidades de escolha, numa escolha onde ou se escolhe “A” ou escolhe-se “A”…LIBERTEMO-NOS, experimentando a sensação de ser livre no pensar, no agir, no ser e no estar, livres de vivermos de braços estendidos, ou da reza de sermos nomeados ou de aproveitarmos a boleia de quem for nomeado, livres de consumos absurdos que nos impedem de fazermos poupança, livres da escravatura dos novos tempos…só assim poderemos fazer diferente e se cada um o fizer, a sociedade será diferente e Angola será melhor aproveitando o melhor de cada filho…

De igual modo é necessário que os parentes, afins e amigos “libertarem” os seus que assumam ou venham assumir funções políticas e públicas, despindo-se da tacanha mentalidade segundo qual (como alguém disse) «cargo público é investimento lucrativo garantido»! Ajudem a transmitir aos vossos que funcionalismo Político e público é uma missão, um dever, pois então tenham orgulho que os VOSSOS desempenhem com brio, probidade e rigor as funções, deixem-nos em paz, não façam pedidos que os constranjam, nem esperem que fique imediatamente ricos, pois deste modo estareis a contribuir para a desconstrução da sociedade e a consequente degradação dos já degradados valores e princípios que gerem a pessoa humana…deixem-lhes brilhar e colocar ao serviço de todos as suas melhores capacidades e competências…e já agora é fundamental que se evite de igual modo confundir actividade do Presidente da República e dos Governadores, enquanto actividades governativas, com actividades partidárias, evitem que naquelas estejam presentes com trajes de partido político sob pena de pretenderem restringir a acção do Presidente ou do Governador a do partido, pois é PRECISO SABER DISTINGUIR QUE T-SHIRT USAR NUM JOGO DA SELECÇÃO E NUM JOGO ENTRE EQUIPAS DO CAMPEAMENTO NACIONAL… LIBERTEM-NO… LIBERTEM os funcionários públicos de participarem de forma “compulsivas” em actos partidários de massa e com obrigatoriedade de assinarem uma lista de presença, pois é tempo de se começar a despartidarizar as instituições públicas e torna-la fonte de promoção do mérito e da eficiência, expurgando delas os intocáveis que mais não são do que fardos para os colegas que apenas os toleram por “ligações ao partido”! LIBERTEM-NO das fantasmas associações e/ou eventos que pouco ou nada acrescentam a acção governativa excepto a vergonha de serem constituídas e/ou organizadas com o cognome ou epíteto de Presidente ou de o apoiarem como se ele carecesse disto, LIVREM-NO disso e LIBERTEM-SE destes actos oportunistas e degradantes da imagem de quem pretendem exaltar. É PRECISO AGIR DIFERENTE, É PRECISO SER-SE LIVRE E LIBERTAR-SE GENTE E DAS “GENTES” sob pena de se pretender defender que «LEITE MOÇA É SINÔNIMO DE LEITE CONDENSADO» …

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