
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, está na China para uma visita de três dias a convite do Presidente da China, Xi Jinping. A informação foi avançada esta terça-feira pelos media estatais de ambos os países.
Kim Jong-un estará na China até quinta-feira, acompanhado pela sua esposa, Ri Sol-ju, e por diplomatas de topo como Kim Yong-chol, que supervisiona as negociações com os EUA e outros países estrangeiros, revelou a agência norte-coreana de notícias KCNA.
Esta terça-feira será também dia em que Kim Jong-un completa 36 anos, ainda que a sua data de nascimento nunca tenha sido confirmada por Pyongyang.
As informações oficiais vêm confirmar a especulação que vinha a ser alimentada nas últimas horas. Citando uma fonte não especificada, a agência sul-coreana Yonhap avançara que um comboio norte-coreano, possivelmente transportando um dirigente de “alto nível”, tinha cruzado a fronteira para a China.
Dezena de veículos de segurança e funcionários bloquearam as estradas em torno de uma estação de caminhos de ferro na cidade fronteiriça chinesa de Dandong, por onde o comboio passou, noticiou ainda a Yonhap.
Os convidados de um hotel na cidade não foram autorizados a entrar nos quartos em frente à fronteira no que a agência japonesa Kyodo considerou uma aparente medida para evitar que o comboio fosse visto.
OS GANHOS DE PEQUIM E PYONGYANG
Em deslocações anteriores, quando Kim Jong-un viajou até à China para se encontrar com o Presidente Xi Jinping, fê-lo a bordo de um comboio verde blindado como o observado na segunda-feira, lembra a CNN.
Segundo um analista citado pela televisão americana, Kim Jong-un está ansioso por mostrar à Administração Trump que tem opções diplomáticas e económicas além das que Washington e Seul podem oferecer.
O momento da visita não poderia ser melhor para a China, uma vez que ocorre durante conversações sobre a guerra comercial com os Estados Unidos da América e mostra que Pequim tem a carta da Coreia do Norte para jogar quando considerar necessário, adianta ainda o analista.
No entanto, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse à CNBC na segunda-feira que os assuntos não estão relacionados.
“A China tem sido um bom parceiro nos nossos esforços para reduzir o risco para o mundo da capacidade nuclear da Coreia do Norte. Espero que continue a fazê-lo”, afirmou.
NOVA CIMEIRA EUA-COREIA DO NORTE NO HORIZONTE
Está é a quarta visita do líder norte-coreano à China em menos de um ano. O país é um aliado diplomático decisivo para a Coreia do Norte e uma das suas principais fontes de comércio e ajuda .
No ano passado, duas das deslocações à China foram feitas antes das cimeiras históricas de Kim Jong-un com os seus homólogos sul-coreano, Mae Jae -in, e norte-americano, Donald Trump. Nos últimos tempos, tem-se especulado que uma segunda cimeira EUA-Coreia do Norte poderá estar para breve.
Donald Trump disse que uma localização para o encontro seria anunciada num futuro não muito distante, sublinhando que os Estados Unidos da América mantêm “um bom diálogo” com a Coreia do Norte mas que as sanções a Pyongyang continuariam em vigor. Na sua mensagem de Ano Novo, Kim Jong-un afirmou-se comprometido com a desnuclearização mas avisou que mudaria de posição se as sanções americanas se mantivessem .
O progresso diplomático entre Trump e Kim paralisou desde o encontro de Junho do ano passado em Singapura. Nessa altura, ambas as partes assinaram um compromisso com vista à desnuclearização da península coreana, embora nunca tenha ficado claro de que forma o processo iria desenrolar-se.
Fonte: Expresso.