
O Banco Angolano de Investimentos, um dos maiores em Angola e com operações também em Portugal e Cabo Verde, anunciou ter fechado 2017 com um resultado líquido de 208 milhões de euros.
O Banco Angolano de Investimentos (BAI), um dos maiores em Angola e com operações também em Portugal e Cabo Verde, anunciou hoje ter fechado 2017 com um resultado líquido de 55.000 milhões de kwanzas (208 milhões de euros).
Em nota enviada hoje à Lusa, em Luanda, o BAI refere que foi aprovado esta semana, assembleia-geral de acionistas, o relatório e contas referente ao exercício de 2017 e a proposta de aplicação de resultados, representando o resultado líquido – o lucro líquido depois de considerados os custos operacionais, de financiamento extraordinários e impostos – um aumento de 11% face a 2016.
“O desempenho financeiro é complementado com a manutenção da posição de líder nos depósitos e a segunda posição em Terminais de Pagamento Automático (TPA) matriculados, o que significa uma subida significativa tendo em conta que, em 2016, o BAI ocupava o quarto lugar”, sublinha a instituição, liderada pelo angolano Carlos Paiva.
O aumento do produto bancário em 17%, influenciado pelo aumento dos proveitos em investimentos e ativos financeiros e em créditos e no aumento dos resultados cambiais pelo volume de operações cambiais, bem como o aumento dos custos administrativos em 29%, “em linha com a inflação”, e ainda o aumento do custo com imparidade para crédito “em apenas 4%”, são três eixos que segundo o BAI justificam o desempenho.
A carteira de crédito líquida do BAI atingiu os 369 mil milhões de kwanzas (1.397 milhões de euros) no final de 2017, neste caso uma redução de 3%, comparativamente a 2016, que a instituição justifica com o “reforço das perdas por imparidade acumuladas” e com o “aumento do crédito bruto em apenas 2%”.
O banco garante manter um perfil de “elevada liquidez”, com as suas disponibilidades e aplicações de liquidez a representarem 33% do total do ativo, e de “elevada solvabilidade”, cujo rácio atingiu em 2017 os 19%, acima do mínimo de 10% exigido pelo Banco Nacional de Angola.
A instituição contava no final do ano com 814.848 clientes ativos, um aumento de 20% face a 2016, contando o banco 146 pontos de atendimento e 1.991 funcionários.
O BAI está presente em Portugal e Cabo Verde, através de filiais integralmente detidas pela instituição angolana, e tem uma participação minoritária no Banco Internacional de São Tomé e Príncipe.
Segundo as últimas informações disponibilizadas pelo próprio banco, a estrutura do BAI é composta por 53 acionistas, dos quais 21 são empresas, tendo sido lançado há praticamente duas décadas pela petrolífera Sonangol.
A Lusa noticiou este mês que o Banco Africano de Desenvolvimento aprovou uma linha de financiamento de 80 milhões de euros a favor do BAI, destinada a apoiar o comércio internacional de 500 Pequenas e Médias Empresas (PME) em Angola.
A decisão consta de uma informação daquela instituição internacional, a que a Lusa teve acesso, indicando que o financiamento foi aprovado no início de março pelo conselho de administração e que se esperam “benefícios indiretos” desta decisão nas subsidiárias do BAI em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
“Através do fortalecimento das relações bancárias correspondentes, fornecendo garantias sobre suas transações comerciais internacionais”, especifica a informação do Banco Africano de Desenvolvimento.
Fonte: Lusa