Mais de dois mil cidadãos angolanos decidiram emigrar para Portugal em 2018

Portugal registou um número nunca antes verificado na entrada de cidadãos estrangeiros. Em 2018 emigraram para Portugal um total de 93. 154 cidadãos de várias nacionalidades.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras sublinha que desde a elaboração de dados em 1976 nunca houve tantos estrangeiros a residirem em Portugal, num total de 480 mil.
O Brasil lidera, de uma forma clara, no número de chegadas, tendo neste momento, 105.243 cidadãos a residirem em Portugal, sendo por isso a maior comunidade estrangeira no país e representando 21,9% do total de cidadãos estrangeiro que escolheram Portugal para viver. Em 2018, 28.210 cidadãos brasileiros emigraram para Portugal (em 2017 foram 11.574), crescimento explicado pelo desemprego crescente que atinge o país da América do Sul.
A possibilidade de pagar menos impostos em Portugal explica o crescimento das comunidades italiana, francesa e britânica.
A crescente procura de mão de obra do sector agrícola é, por sua vez, uma das explicações para a chegada em maior número de cidadãos do Nepal, Índia, Bangladesh e Paquistão.
Angola também registou um aumento considerável no número de cidadãos que decidiram emigrar para Portugal. Em 2017, 1.831 cidadãos angolanos emigraram para Portugal. Em 2018, foram 2.877 cidadãos angolanos que decidiram ir viver para Portugal. Crescimento explicado pela crise económica e financeira, a escassez de divisas, desemprego (cerca de 28% da população é desempregada), acesso ao cuidados de saúde e educação, bem como a formação universitária.
“Tenho cá [em Portugal], mulher a trabalhar e três filhos a estudar. Eu trabalho nas sondas petrolíferas em Angola, no regime 28/28 dias e portanto passo com eles o meu período de dispensa. Qualidade de vida, acesso ao ensino de qualidade e a um sistema de saúde funcional foram as razões que me levaram a mudar com a família para Portugal. Foi uma decisão que considero acertada e estamos felizes”, disse Silvino Silva, angolano de 39 anos.